Coronel guardava 111 armas e duas granadas em apartamento que explodiu em Campinas (SP)
Segundo a polícia, mais de 20 dessas armas não estavam registradas
O coronel reformado Virgílio Dias Parra, dono do apartamento que explodiu em Campinas, no interior de São Paulo, tinha 111 armas no imóvel. Segundo a polícia, mais de 20 delas não estavam registradas.
No apartamento também foram encontradas duas granadas, o que é proibido por lei, três mil munições e 25 pacotes de pólvora. O Exército abriu um procedimento administrativo para investigar o coronel.
Nesta segunda-feira (26), o porteiro, o zelador e o filho do coronel aposentado prestaram depoimento na delegacia.
O imóvel que pegou fogo fica no primeiro andar. 37 pessoas que inalaram fumaça precisaram receber atendimento médico e foram encaminhadas para um hospital da região, nenhuma em estado grave. Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio.
O coronel reformado deixou o local durante o trabalho do Corpo de Bombeiros. O Exército informou que o militar possui certificado de registro válido como CAC (colecionador, atirador desportivo e colecionador).
Nesta segunda-feira, a Defesa Civil, a Polícia Militar e a perícia do Exército estiveram no local para avaliar os estragos causados pelas explosões. Na primeira vistoria ficou constatado que a estrutura do prédio não foi abalada.
"Encontramos muita munição, então não tem possibilidade de liberar o prédio, a Polícia Militar vai fazer uma nova vistoria e em cima dessa limpeza podemos liberar o edifício", afirmou Sidney Furtado, diretor da Defesa Civil.
Para o diretor jurídico da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), o militar não poderia armazenar essa quantidade de armamento. "Não é o fato da pessoa ser CAC, ter autorização. Pelo tanto de munição, e a gente tem notícia de granada, esse tipo de coisa nunca poderia estar armazenada lá", diz Paulo Bom
No início da tarde, o filho do militar esteve no local. Aos policiais, ele disse que não sabia onde o pai estava. A Polícia Civil agora aguarda o militar comparecer à delegacia para prestar depoimento.