Cinco envolvidos em falso atentado contra prefeito de Taboão da Serra (SP) são denunciados
Ministério Público afirma que intenção era alavancar popularidade de José Aprigio às vésperas da eleição municipal. Grupo dividiria R$ 500 mil pela farsa

SBT News
O Ministério Público denunciou cinco homens por envolvimento no falso atentado contra o ex-prefeito de Taboão da Serra, José Aprigio, em outubro do ano passado, às vésperas das eleições de 2024.
Três envolvidos diretamente podem responder por quatro tentativas de homicídios, incêndio e adulteração de sinal identificador de veículo. Os outros dois acusados podem ser processados por tentativa de homicídio. A denúncia foi apresentada à Justiça na última segunda-feira (24).
A ideia do atentado era alavancar a popularidade do ex-prefeito próximo ao pleito, segundo o promotor Juliano Atoji. O quarteto dividiria um valor de R$ 500 mil pela farsa. A informação foi revelada por um dos atiradores - que está preso desde 2024 - em acordo de delação premiada.
Caso a Justiça acolha os argumentos do MP, os cinco suspeitos viram réu em uma ação judicial.
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Atoji narra na denúncia que, pouco antes do segundo turno das eleições municipais, os denunciados se reuniram a mando de pessoas ligadas ao grupo político do ex-prefeito e candidato à reeleição. A ideia era simular uma tentativa de homicídio de José Aprigio, que acabou baleado no braço esquerdo, perto da clavícula esquerda.
Ainda De acordo com o promotor, no dia e local combinados, os executores usaram veículo com placas, chassi e motor adulterados para alcançar o carro ocupado pelo então prefeito e mais três pessoas, incluindo um secretário municipal.
Os tiros foram disparados com um fuzil AK-47 adquirido dias antes por R$ 85 mil. O veículo era blindado, mas dois projéteis perfuraram o carro, atingindo o candidato. Na sequência, os homens fugiram do local e atearam fogo no automóvel utilizado.
"Com a conduta perpetrada, indubitável que os denunciados assumiram o risco de ceifar a vida das quatro vítimas, uma vez que não só eram sabedores das armas de fogo a serem utilizadas na empreitada criminosa (de alto poder lesivo), como também do local da execução e da condição do veículo que abrigava as vítimas, cuja blindagem do tipo 3A foi transfixada", afirma Atoji na denúncia.
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Ainda na visão do promotor, as tentativas de homicídios foram qualificadas por recurso que dificultou a defesa das vítimas, emprego de armas de uso restrito e perigo comum.
O ex-prefeito José Aprigio ainda é investigado no caso, assim como outras 15 pessoas que teriam participado direta ou indiretamente do atentado montado, entre eles três ex-secretários. Ainda não está claro quem foram os mandantes do crime.