Casal é preso por aplicar golpes em idosos se passando por delegados
Polícia cumpre mandados em São Paulo e no litoral do estado; investigação teve início no DF e identificou nova modalidade de estelionato

Rodrigo Garavini
Um casal suspeito de integrar uma quadrilha especializada em aplicar golpes em idosos foi preso, na madrugada desta quarta-feira (9), em uma ação conjunta das polícias do Distrito Federal e de São Paulo. Cinco mandados de prisão foram cumpridos.
+ Queda de muro fecha 11 estações de Metrô no Rio de Janeiro
Um dos principais endereços da operação foi no Jardim Centenário, zona norte da capital paulista. Com o dia amanhecendo, os agentes chegaram ao local e tentaram forçar a entrada, mas foram atendidos por uma moradora — que não era alvo da investigação. Ela abriu o portão e permitiu a entrada da equipe.
Cerca de vinte minutos depois, os policiais saíram com Juliana Soares de Souza, de 26 anos. Ela não tinha antecedentes criminais e preferiu não responder às perguntas da reportagem. Segundo as investigações, Juliana faz parte de uma quadrilha que atua de forma organizada e com diferentes estratégias.
Em São Paulo, além de Juliana, foi preso também o marido dela, Renan Izo, apontado como o líder da quadrilha. Outro envolvido foi localizado em São Vicente, no litoral paulista.
“As investigações começaram em Brasília, onde o grupo causou prejuízo superior a R$ 1 milhão a apenas duas vítimas, ambas com mais de 70 anos”, explicou Farabulini.
Golpe sofisticado
De acordo com o delegado Ricardo Farabulini, da Polícia Civil do Distrito Federal, o grupo criminoso aplicava dois tipos principais de golpe:
- Ligação falsa de central bancária: os criminosos se passavam por funcionários de bancos para enganar as vítimas.
- Envio de falsos motoboys: após a ligação, enviavam comparsas fantasiados de entregadores para recolher cartões ou documentos.
Novo tipo de golpe
A polícia identificou uma nova e inédita modalidade de estelionato. Os golpistas utilizavam fotos reais de delegados de polícia e se passavam por autoridades por telefone para dar credibilidade às fraudes.
“Eles diziam que a vítima estava sob monitoramento policial e que um delegado estava acompanhando a transação bancária, o que dava ainda mais confiança para o idoso seguir as instruções do golpe”, afirmou o delegado.
Juliana foi levada para o Palácio da Polícia, onde se encontrou com o marido já detido. Ambos estão presos temporariamente, enquanto os investigadores trabalham para localizar outros integrantes do grupo.
A polícia reforça o alerta para que a população, especialmente idosos e familiares, fique atenta a qualquer abordagem suspeita. O foco dos criminosos, segundo os investigadores, segue sendo os idosos.