Carro usado em assassinato de delator do PCC tinha bloqueador de rastreador
Perícia indica que veículo seria queimado após emboscada, mas falha mecânica obrigou criminosos a abandoná-lo perto do Aeroporto
As investigações sobre o assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), ocorrido no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, revelaram que o carro utilizado pelos assassinos possuía um bloqueador de rastreamento. O equipamento, encontrado durante perícia, impediu que o veículo fosse localizado pelas autoridades.
A polícia acredita que a fuga dos criminosos não ocorreu como planejado. O automóvel, um Gol preto, apresentava problemas mecânicos, o que levou os suspeitos a abandoná-lo. A intenção original era queimar o carro após o crime, mas isso não foi possível devido ao defeito. No interior do veículo, foram encontrados materiais genéticos, que poderão ajudar a polícia a identificar os atiradores por meio de exames de DNA.
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Gritzbach era corretor de imóveis de luxo e mantinha ligações com traficantes do PCC, ajudando-os a lavar dinheiro. Segundo o Ministério Público, o empresário teria encomendado a morte de Anselmo Santa Fausta, ex-integrante da cúpula da facção criminosa, após um desentendimento nos negócios. A execução de Santa Fausta ocorreu em dezembro de 2021, na zona leste de São Paulo.
Após ser preso, Gritzbach firmou um acordo de delação premiada, colaborando com as investigações ao expor negócios ilícitos e entregar uma lista de policiais corruptos envolvidos com traficantes. O delator acabou morto, na última sexta-feira, em uma emboscada no aeroporto, antes de ser retirado pela escolta policial, que alegou falha mecânica no veículo blindado.
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A perícia também constatou que as armas encontradas em um bueiro próximo ao local onde o carro foi abandonado são as mesmas utilizadas no assassinato de Gritzbach. O laudo balístico comprovou que as armas dispararam as 29 cápsulas de fuzil recolhidas no local da execução.