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Polícia

Após operação com 6 mortos, escolas fecham e população teme violência no Rio

Cinegrafista espancado por criminosos relata momentos de terror; 29 escolas ficaram sem aulas em Senador Camará

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Um dia depois da operação que deixou seis mortos em Senador Camará, na zona Oeste do Rio de Janeiro, a rotina ainda não voltou ao normal. Escolas permaneceram fechadas e moradores relataram medo de sair de casa. O policiamento foi reforçado na região.

O cinegrafista André Müzel foi espancado por criminosos enquanto registrava imagens das barricadas montadas por traficantes durante a ação policial de quinta-feira (4). Ele teve a boca costurada e conta que ainda sente dificuldade para falar. “O que está pegando agora é mais o mental mesmo, que foi uma situação muito ruim”, disse André.

Segundo ele, a violência quase terminou em tragédia: “Eu achei que eu ia morrer ali. Eles tentaram, né? A arma de um falhou.” Após a agressão, o cinegrafista foi liberado.

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Durante a operação, uma motorista precisou improvisar um cartaz para informar que era professora, na tentativa de atravessar a área em segurança. O episódio ilustra os riscos enfrentados por trabalhadores que circulam em meio ao tiroteio.

Escolas fechadas

Nesta sexta-feira (5), 29 escolas permaneceram fechadas em Senador Camará. No primeiro semestre deste ano, 415 unidades municipais do Rio já foram impactadas, pelo menos uma vez, por operações policiais ou confrontos entre facções rivais.

Para os moradores, a insegurança preocupa dentro e fora das escolas. “A segurança do ir e vir já não existe mais. E também afeta o aprendizado deles”, disse a mãe de um aluno.

Uma professora, que pediu para não mostrar o rosto, relatou a incerteza diária: “A gente nunca sabe quando vai ter operação. É todo dia uma incógnita. Já aconteceu de eu estar entrando na comunidade, ver a polícia de um lado e, quando chego na porta da escola, está o bandido lá.”

O Sindicato dos Professores do Estado do Rio de Janeiro (Sepe) cobra um plano de segurança pública específico para as unidades de ensino.

“Para a comunidade escolar é mais um dia de trauma. Estudantes que perderam familiares em confrontos, professores e funcionários que não conseguem mais retornar ao trabalho”, afirmou Isabel Costa, coordenadora-geral do Sepe.

O professor aposentado Paulo César Rangel também lamentou a situação: “Eu vejo isso de forma muito triste. Um país sem educação, que futuro vai ter? Não pode esperar grande coisa.”

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