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Polícia

Ameaça contra mulheres lidera registros de violência em São Paulo

Mais de 48 mil casos foram registrados no 1º semestre, média de 266 por dia, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública

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A ameaça contra mulheres é o crime que mais aparece nas estatísticas de violência em São Paulo, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. Somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados mais de 48 mil casos, o que representa uma média de 266 por dia.

A copeira Maria Helena Gonçalves da Silva é uma das vítimas. Ela contou que foi perseguida e ameaçada de morte pelo ex-companheiro, Alexandre Domingues de Ramos, de 43 anos. “Eu tava no farol, do nada, não sei, e ele apareceu do lado assim. Ele de roupa preta parado do meu lado”, relatou Maria Helena.

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Durante o relacionamento, que durou um ano e sete meses, Maria Helena sofreu agressões físicas e psicológicas. “Você ter relação sexual com uma faca no pescoço, era isso que acontecia”, contou, relembrando ainda o primeiro episódio de violência. “Foi quando ele quebrou o celular na minha cabeça... Ele me tirou do vínculo com a sociedade. Passei por tudo isso sozinha.”

Alexandre já foi preso por outro crime e hoje cumpre pena no regime semiaberto. Em um dos áudios registrados por Maria Helena, ele a humilha: “Porca, nojenta, lixo, resto, você é tudo. Sua ridícula, monstro, anão de jardim.”

As ofensas constantes e os ataques psicológicos levaram Maria Helena a pedir demissão, porque não conseguia mais fazer atendimento a clientes devido a crises de ansiedade. Atualmente, ela recebe ajuda da mãe e de alguns amigos, depende de medicações e vive sob medida protetiva. “Ou vocês vêm e me ajudam ou vocês vão me levar para o caixão porque não dá mais”, desabafou.

Procurada pela reportagem do SBT, a defesa de Alexandre Domingues de Ramos informou que as denúncias feitas por Maria Helena não são verdadeiras.

Dados da violência contra a mulher

Casos como o de Maria Helena se repetem pelo país. Apesar de uma queda de 11% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 54.749 ocorrências, os números continuam elevados: em nível nacional, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta quase 750 mil registros de ameaças contra mulheres em 2024.

O problema também envolve figuras públicas. Na semana passada, uma mulher afirmou ter sido ameaçada após um relacionamento com o jogador David Luiz, durante sua passagem pelo Fortaleza. Ela solicitou medida protetiva.

Em vídeo divulgado, o zagueiro, que já atuou pela Seleção Brasileira e atualmente joga no Pafos, da Grécia, negou a acusação. “Errei sim de trocar mensagens com essa pessoa, mas eu nunca ameacei nem ela nem ninguém na minha vida.”

Para a psicoterapeuta Fabiana Guntovich, é fundamental romper o ciclo de violência. “Ela tem muito medo, então o primeiro passo é ter uma rede de apoio psicológico, afetivo, social e de trabalho, para que possa dar pequenos passos e perceber que tudo o que ele quis que ela acreditasse era mentira, um aprisionamento psicológico para que não tivesse coragem de acreditar nela mesma e sair dali”, explicou.

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