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Saúde

Bebê de nove meses recebe raro transplante de coração em São Paulo

Arthur passou por um transplante cardíaco após ter falência no coração causada por uma virose ainda nos primeiros dias de vida

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O pequeno Arthur carrega no peito o coração que foi de outro bebê. Em junho, com apenas nove meses de vida, Arthur passou por um transplante cardíaco. Mas a história começa bem antes, como conta a mãe dele:

“Com 10 dias de vida ele pegou uma virose, uma virose que todos nós pegamos em casa, e ele acabou pegando também. Com dois meses, descobrimos que aquele vírus foi para o coração e acabou fazendo com que o coração dilatasse e ficasse fraco”, lembra a Amanda Cibele.

O pai, Daniel lembra dos momento em que souberam do problema cardíaco:

“Ele fez um exame, um eco, e descobrimos que a função do coração dele já estava muito comprometida e já não tinha mais força para bombear o sangue. Na hora, a gente ficou em choque. A única vontade era ir logo para o hospital.”

O bebê ficou internado no ano passado e, apesar de tudo, mantinha o sorriso no rosto.

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Em março, a família recebeu uma notícia de tirar o fôlego: o coração de Artur entrou em falência irreversível. Arthur precisou ser transferido para a UTI, onde recebeu um coração artificial para bombear o sangue — função que o órgão dele já não conseguia mais realizar.

No fim de maio, os médicos informaram que o bebê estava apto a receber um transplante. Para que o procedimento seja feito, doador e receptor precisam ser compatíveis em diversos aspectos, como tipo sanguíneo, peso e tamanho, portanto o doador teria de ser necessariamente uma criança.

Contrariando todas as expectativas, apenas 19 dias depois de Arthur entrar na fila surgiu um doador. E aí chegou um coraçãozinho, de apenas 35 gramas.

Passo a passo até a cirurgia

A cardiologista pediátrica Carolina Campos, que foi buscar o órgão no Rio de Janeiro, lembra da corrida contra o tempo.
“Temos 4 horas para que o órgão seja implantado no receptor. Então, fomos de helicóptero até o aeroporto Santos Dumont. De lá, pegamos um jatinho até Congonhas e, depois, outro helicóptero até o hospital Beneficência Portuguesa.”

A cirurgiã cardiovascular , Beatriz Furlanetto, conta que este foi o menor coração que já transplantou.
“Utilizamos uma lupa que aumenta quatro vezes. Isso facilita para vermos as estruturas de forma ampliada. As suturas são feitas com fios muito finos, fios seis zeros, da espessura de um cabelo. É tudo muito delicado”, explica a médica.

Ao final da cirurgia, veio o momento decisivo: a liberação da passagem do sangue.
“É muito lindo, porque fica aquela sensação: deu certo”, comemora a médica.

Arthur recebeu alta nesta segunda-feira (1), está saudável e ativo. O bebê exemplo de como a doação de órgãos transforma a tristeza em esperança de vida.

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