Aluno autista é agredido por professor de capoeira em escola particular no Rio
Agressão a criança de 11 anos aconteceu durante aula de capoeira; instituição afirma que docente foi demitido, mas família fala em negligência
Liane Borges
Um menino de 11 anos, diagnosticado com transtorno do espectro autista, foi agredido por um professor de capoeira dentro da escola particular onde estudava na Zona Oeste de São Paulo. A criança, que precisa de cuidados especiais, sofreu a violência justamente no espaço que deveria oferecer acolhimento e segurança.
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As imagens da agressão, gravadas em setembro do ano passado, só vieram a público agora. Elas mostram o professor pedindo para o aluno executar um movimento no tatame. Sem conseguir realizar o exercício, o menino tenta mais uma vez, mas continua com dificuldades. Uma colega demonstra o movimento corretamente, apoiando-se nas costas do professor.
Em outro momento, enquanto outra criança treina, o garoto se envolve em uma confusão com duas meninas, sendo atingido na cabeça por uma bola. O professor repreende a situação. Em seguida, ele segura o menino contra a parede, conversa com ele e o leva de volta ao centro do tatame. A criança chuta a bola, e o professor reage com uma rasteira, fazendo com que o menino bata a cabeça com força no chão. Após o episódio, o professor ainda obriga o aluno a ficar sozinho na sala, sem sucesso nas tentativas do garoto de se explicar.
A mãe só teve acesso às imagens após registrar boletim de ocorrência na polícia. Desde então, a rotina da família mudou completamente. O menino passou a estudar em casa e apresenta episódios de desregulação emocional, sendo necessário o uso de medicação para controlar as crises. A mãe também precisou se afastar do trabalho, após ser diagnosticada com depressão.
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O Centro Educacional Meireles Macedo informou, por meio de nota, que o professor não faz mais parte do quadro de funcionários desde que a direção tomou ciência do caso. No entanto, a mãe afirma que a resposta inicial da escola foi negligente e espera que outras crianças não passem por situações semelhantes.