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Polícia

Adolescente de 16 anos morre após ser baleado por PMs durante abordagem em Duque de Caxias

Protesto fechou BR-040 e familiares acusam policiais de atirarem pelas costas e não prestarem socorro

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Um adolescente de 16 anos morreu após ser baleado na cabeça por policiais militares durante uma abordagem em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na noite de sexta-feira (30). Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente.

Cartazes com mensagens de dor e revolta marcaram o protesto de familiares e moradores. A mãe do jovem, Fátima Pimentel, questionou a ação dos PMs. "Meu filho era jovem de 16 anos. A única arma dele era isso aqui", disse, mostrando o uniforme escolar. "O polícia mandou ele parar. Por que o polícia não atirou no pneu?"

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Durante o ato, a pista central da BR-040, que liga o Rio de Janeiro a Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi fechada. A mãe de Deivid precisou de atendimento médico e foi socorrida por uma ambulância.

Deivid Silva Pereira morreu após ser atingido na cabeça. Ele estava em uma moto com um amigo na garupa. Segundo relatos, ao receber ordem de parada, o jovem tentou fugir. Ele estava sem documentos do veículo e não tinha habilitação.

Em depoimento, o adolescente que estava na garupa, sem se identificar, contou chorando. “A polícia veio atrás, a gente não parou, entrou numa rua escura. O policial deu dois disparos. Eu tava na garupa, o tiro podia pegar em mim... Pegou logo na cabeça dele."

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Testemunhas afirmam que os policiais atiraram pelas costas e não prestaram socorro. Deivid foi levado ao hospital por parentes. O irmão dele, Luiz Guilherme Pimentel, disse que o jovem sonhava em seguir carreira militar:

"O sonho dele era ser PQD [paraquedista] ou Polícia Federal. Ele estava estudando, eu estava pagando curso para ele já. Ele tinha tudo para ser um menino de ouro.”

A Polícia Militar confirmou que um dos agentes disparou contra o adolescente. Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil para investigar o caso.

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De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, só neste ano, 16 crianças e adolescentes foram baleados na Região Metropolitana do Rio. Sete deles morreram — uma média de uma morte por mês.

No fim do protesto, a mãe de Deivid fez um apelo. "Quantas mães mais vocês vão ter que entrevistar? Não quero ver mais nenhuma mãe aqui passando por isso. Chega!"

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