PF resgata 19 paraguaios em situação análoga à escravidão no RJ
Vítimas estavam em fábrica clandestina de cigarros paraguaios falsificados

Guilherme Resck
Policiais federais localizaram, nesta 2ª feira (20.mar), em Duque de Caxias (RJ), uma fábrica clandestina de cigarros paraguaios falsificados, em pleno funcionamento. No local, encontraram e resgataram 19 trabalhadores de origem paraguaia em situação análoga à escravidão.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
De acordo com a PF, a fábrica "possuía grande capacidade de produção, sendo responsável pela distribuição dos cigarros em todo o estado do Rio de Janeiro". Os paraguaios resgatados estavam alojados no espaço e trabalhavam em jornada excessiva, de 12 horas por dia, sete dias por semana, em dois turnos -- inclusive de madrugada -- e sem descanso semanal.
"Além disso, os trabalhadores se encontravam em local sem as mínimas condições de higiene, convivendo com animais, esgoto a céu aberto e com os próprios resíduos da produção dos cigarros. Eles não recebiam qualquer remuneração pelos serviços prestados, tinham a liberdade de locomoção restrita e ainda eram forçados a laborar sem equipamentos de proteção", complementa a PF, em comunicado.
À corporação, as vítimas afirmaram que foram levadas do Paraguai ao Brasil com os olhos vendados, mediante a promessa de que trabalhariam na produção de roupas. "Contudo, eles foram encaminhados para as instalações da fábrica, onde eram mantidos presos até o resgate de hoje. Os estrangeiros sequer tinham conhecimento acerca da localidade em que se encontravam", fala a PF.
"Os estrangeiros sequer tinham conhecimento acerca da localidade em que se encontravam. Além disso, eles também relataram que mantinham contato com apenas uma pessoa, a qual aparecia para trazer mantimentos, armada e vestindo uma máscara que ocultava seu rosto".
A localização da fábrica pelos agentes ocorreu no âmbito da Operação Libertatis, deflagrada pela PF, nesta 2ª feira, com o objetivo de apurar e reprimir organização criminosa especializada nos delitos de tráfico de pessoas, redução a condição análoga à de escravo e fraude no comércio, entre outros. A Libertatis contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho e da Receita Federal.
Veja também: