PL lamenta agressão a marqueteiro de Nunes, mas candidato da sigla critica nota: "Soco foi pouco"
Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro disse repudiar "veementemente qualquer forma de violência"
O Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, lamentou nesta terça-feira (24) a agressão sofrida por Duda Lima, marqueteiro do candidato à reeleição para prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na noite de segunda (23). O profissional foi agredido por Nahuel Medina, assessor e videomaker de Pablo Marçal (PRTB), com um soco, durante o debate entre candidatos a prefeito da capital paulista realizado pelo Flow News.
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Em nota publicada no Instagram, o PL, que faz parte da coligação que apoia Nunes na disputa pela prefeitura e é ainda a sigla do candidato a vice-prefeito na chapa do integrante do MDB, Coronel Mello Araújo, chama a agressão de "covarde" e diz considerar o ato como "absolutamente inaceitável".
"Repudiamos veementemente qualquer forma de violência, especialmente em um ambiente democrático, onde o diálogo e o respeito devem prevalecer".
O partido afirma ainda que espera que as autoridades competentes apurem o ocorrido "com rigor" e faz votos de "pronta recuperação" ao marqueteiro agredido. "Reforçamos nosso compromisso com uma política pautada no respeito mútuo e na democracia", conclui.
Candidato do PL não gostou
Um candidato a vereador do próprio PL em Colatina (ES), porém, criticou a manifestação do partido. "Por que não teve nota quando Marçal foi agredido???! Eu achei que foi pouco aquilo ontem porque na verdade quem atacou primeiro foi o marketeiro !!!!", comentou Dionatan Pedruzzi na publicação. O comentário recebeu mais de 4 mil curtidas.
Ao citar agressão a Marçal, ele se referia ao episódio em que o candidato José Luiz Datena (PSDB) jogou uma cadeira contra o integrante do PRTB, após ser provocado por Pablo Marçal, durante o debate realizado pela TV Cultura no dia 15 de setembro.
Jair Bolsonaro, presidente de honra do PL, chegou a se manifestar sobre o caso no dia 20 de setembro. "Por ocasião de um debate aí em São Paulo, dois candidatos se desentenderam. Um provocou o outro no limite, e o provocado, não resistindo, foi pra cima do outro e deu-lhe uma cadeirada. Condeno a cadeirada e condeno a provocação também, feita de forma vil", disse o ex-presidente da República em vídeo publicado nas redes sociais do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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"Agora, o que me deixou chocado nesse episódio é que o elemento que levou a cadeirada, que provocou, foi para as mídias sociais e comparou aquela cadeirada ao tiro no (Donald) Trump e à facada que eu levei em setembro de 2018", acrescentou Bolsonaro.
Para o ex-presidente, o episódio do último dia 15 foi completamente diferente do seu. "Eu não conhecia o Adélio Bispo, nunca tinha ouvido falar dele. Ele se aproximou de mim e deu uma facada que seria mortal. Usar esse episódio, que ele buscou para se comprar comigo e com o Trump para conseguir poder, é lamentável", pontuou.
Bolsonaro e Tarcísio apoiam a candidatura de Ricardo Nunes, que mesmo assim tem enfrentado dificuldades em conquistar parte do eleitorado bolsonarista, a qual prefere Marçal.
No último sábado (21), o candidato do PRTB disse que Bolsonaro "escolheu o caminho mais errado da vida dele" ao apoiar a reeleição Nunes, negou que tenha comparado a agressão que sofreu com a facada que feriu o ex-presidente, mas disse que não vai se "levantar contra ele".
No mês passado, Bolsonaro e Marçal protagonizaram uma discussão nas redes sociais.
Clube dos profissionais de marketing político condena agressão a Duda Lima
O Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (Camp) condenou "veementemente", nesta terça, o ataque sofrido por Duda Lima, membro fundador do Camp.
"Nosso associado sofreu um grave e covarde ataque ao final do debate. Não há espaço para qualquer tipo de violência em um ambiente onde a troca de ideias e os valores democráticos devam sempre prevalecer", afirma o clube.
"O direito e a liberdade dos profissionais de marketing político pelo exercício da profissão devem sempre estar assegurados".
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Ainda segundo a nota, "a democracia brasileira se apequena em momentos como esses". O Camp defende que Marçal "assuma sua responsabilidade no episódio e que o agressor, membro da sua equipe, seja devidamente punido". "Uma postura agressiva, hostil e de coação é inaceitável e deve ser condenada por todos", conclui.
Nahuel Medina declarou que Duda Lima começou a xingar Marçal durante o debate ontem, além de tentar passar "código" a Nunes. "Eu fui começar a filmar pra mostrar isso e mostrar como eles agem pela pelas costas, esses marqueteiros, como eles criam toda essa narrativa e manipulam tudo", afirmou.
Segundo Medina, após perceber que estava sendo filmado, o marqueteiro de Nunes o agrediu. "[Duda Lima] foi com toda a força até mim, enfiou a mão dentro da minha camisa, jogou pra baixo. Dá pra ver que meu peito tá todo vermelho. Jogou pra baixo o celular e aí naquele momento eu só me defendi instintivamente. Foi o que aconteceu", completou.