Lula deve ter dificuldade no papel de cabo eleitoral do PT para prefeituras
Dependência do PT na influência do presidente se revela na corrida pelas maiores cidades do país
Leonardo Cavalcanti
Distante da influência de eleições anteriores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve mostrar dificuldade em exercer o papel de cabo eleitoral do PT nas prefeituras. Levantamento interno do próprio Partido dos Trabalhadores sobre as cidades com mais de 100 mil eleitores identificou que há uma forte dependência da legenda na imagem de Lula. Além disso notou que há risco de que ocorram várias derrotas para petistas nas eleições de 6 de outubro.
Das capitais onde o PT terá nomes na cabeça de chapa - definidos como pré-candidatos até dia 6 de maio -, caciques do partido avaliam chances apenas em Teresina e Fortaleza, mais por circunstâncias locais e menos por influência de Lula.
O partido tem dificuldade de viabilizar nome favorito em Maceió, Vitória, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Natal, Porto Alegre, Florianópolis e Aracajú. Em Goiânia, a avaliação é a de que delegada Adriana Accorsi possa ganhar força ao longo da campanha.
Apoio a aliados
Nas demais capitais já homologadas como coligações, o partido apoiará Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, e Marcus Alexandre (MDB), em Rio Branco.
No caso de Boulos, o presidente antecipou o voto no deputado federal durante um evento esvaziado no Dia do Trabalhador. O PT hoje não administra nenhuma das capitais e corre o risco de perder em todas, mesmo com Lula presidente e com a máquina federal.
No Recife e no Rio de Janeiro, a avaliação de integrantes do partido é que a popularidade dos atuais prefeitos, João Campos (PSB) e Eduardo Paes (PSD), é maior do que a de Lula.
O diagnóstico entre petistas é que o presidente não conseguiu ganhar musculatura eleitoral nos últimos meses mesmo no Planalto, sem se distanciar da polarização nacional.
Para a professora de Ciência Política Professora de Teoria Política da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Mayra Goulart nem tudo pode ir para a conta de Lula: "As eleições municipais apresentam aspectos mais distante da política em Brasília, é uma eleição mais voltada a circunstâncias locais."
Confira a íntegra da entrevista aqui:
Colaborou Carlos Catelan