Lula diz que mundo vive "a era do fim do argumento": "Hoje o que vale são xingamentos"
Presidente diz ainda que para ser presidente da República e goleiro da Seleção, é preciso ter sorte e opina que "azarados não devem disputar eleição"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (14), que o mundo vive "a era do fim do argumento" nas discussões políticas. Segundo o chefe do Palácio do Planalto, o debate público vem dando lugar a xingamentos sem explicação. A declaração foi dada em um evento de comemoração aos 30 anos da revista Carta Capital, realizada na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Estamos vivendo a era do fim do argumento [...] O cara quer te avacalhar e acabou. Vão por aí afora xingando, ninguém presta conta. O cara, para xingar alguém, ele tem que dar explicação [...] O argumento está perdendo força e estamos vivendo momento difícil", disse o presidente.
Ainda sobre o debate político, o petista falou sobre polarização e afirmou ser necessário "derrubar a muralha que divide a população em dois lados que não se conversam".
Lula voltou a afirmar que é uma pessoa de sorte para resolver os problemas do Brasil. Segundo ele, presidente da República e goleiro da Seleção Brasileira de futebol precisam ter sorte.
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"Não é possível ser goleiro da Seleção Brasileira sem sorte, não é possível ser presidente da República sem sorte. Quem for azarado não concorra. porque não é possível você levar o povo para o sofrimento se você é um cara sem sorte", disse.
Parceria de longo prazo com a China
Lula também falou sobre a expectativa de crescimento e acordo com diversos países durante a reunião do G20, no Rio de Janeiro. Ele disse ainda que, após a cúpula, está marcada no final do ano uma agenda com a China. Ele declarou que a intenção é discutir uma parceria de longo prazo para ajudar o país a alavancar na economia.
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"Se preparem, vamos discutir uma parceria estratégica com a China de longo prazo, Se preparem. Não pensem, quando eu falo da China, que estou contra os EUA, pelo contrário. Eu quero os EUA do meu lado tanto quanto a China. O que nós temos que ver é com quem nós vamos dançar e ajudar o Brasil a se desenvolver", disse.
Lula também comentou sobre debates ideológicos como "estado máximo e estado mínimo". Segundo ele, o "estado é o estado". O presidente afirmou que é contra um Estado empresarial, mas defende um Estado indutor da economia das empresas. "Quem vai levar as fábricas para o Nordeste?", disse.