Lula diz “não ter pressa” para resolver sobre permanência de Juscelino Filho
Ministro das Comunicações foi indicado pelo Polícia Federal; Lula também disse “não fazer defesa” de Putin, presidente da Rússia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse “não ter pressa” para definir sobre a permanência ou demissão do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), mas que vai ter uma “conversa franca” com ele quando voltar ao Brasil.
“Fiquei sabendo ontem (do indiciamento) e não tem essa pressa. Quando eu voltar vou sentar e descobrir o que aconteceu de verdade em conversa franca com ele. Digo a todo mundo 'só você sabe a verdade'. Se cometeu o erro reconheça. Se não, brigue pela sua inocência. É que digo a todos os ministros, só ele sabe a verdade", disse Lula em entrevista coletiva após participação de um fórum da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A Polícia Federal indiciou Juscelino Filho por supostamente participar de um esquema para desviar emendas parlamentares destinadas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Os valores ultrapassam R$ 800 mi, que tinham como destino obras de pavimentação. Na época, Juscelino ainda era deputado federal.
Após discursar mais uma vez em favor do fim das guerras da Ucrânia e na Palestina, Lula foi questionado sobre o Brasil não ter entrado em na Cúpula da Paz na Ucrânia. O presidente brasileiro justificou que não entrou na cúpula por ela representar só um lado.
“A guerra é feita por duas nações. Se você quiser pela paz você tem que colocar os dois numa mesa de negociação. Se você colocar só um lado você não quer paz. Então eu disse à presidência da Suíça que o Brasil tem todo interesse, estamos à disposição. Já conversamos com a China, essa semana o Putin me ligou e mostrei para ele a necessidade de encontrarmos uma solução para parar de matar para que as pessoas voltem a trabalhar e viverem suas vidas”, disse.
O presidente disse ainda não defender o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que não tem lado a respeito da guerra.
"Eu não faço defesa do Putin. O Brasil foi o primeiro país a criticar a guerra. O que eu não faço é ter lado, meu lado é a paz. O Brasil tem posição definida, estaremos dispostos a participar de qualquer reunião de paz com os dois conflitantes na mesa. Tem que ter um acordo. Se o Zelensky diz que não tem conversa com Putin, e o Putin não tem com Zelensky então eles estão gostando da guerra, se não, tinha solução".