“A ideia é atacar a gênese da delação”, diz advogado que expôs mensagens trocadas com Cid
Eduardo Kuntz, advogado de defesa de Marcelo Câmara, alega que colaboração não foi voluntaria e deve ser anulada
SBT News
O advogado Eduardo Kuntz, responsável pela defesa de Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) e réu no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022, defende que a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid deve ser anulada por vício de origem. Segundo ele, a colaboração “não foi voluntária”.
“Estou propondo atacar a gênese da delação. Atacar que ela não foi voluntária. Estou tentando dizer que ela foi indevidamente extraída”, afirmou Kuntz em entrevista ao Poder Expresso, do SBT News, nesta terça-feira (17).
Kuntz entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma série de mensagens e áudios trocados com Mauro Cid, a maioria de janeiro a março de 2024. As conversas teriam acontecido por meio de um perfil atribuído à esposa de Cid. Segundo o advogado, o material evidencia desabafos que colocam em dúvida a espontaneidade da delação.
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Kuntz também disse que, diferentemente de outras defesas que tentam anular a colaboração com base em violações de deveres assumidos por Cid, sua estratégia mira a origem da delação. "São pedidos distintos, os que estavam sendo feitos até o momento e o que a gente apresentou agora", explicou.
Ele também negou qualquer combinação prévia com os advogados dos outros réus no inquérito que investiga a trama golpista. Disse ainda que somente apresentou o conteúdo no momento processual em que foi intimado a se manifestar.
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