Polícia faz operação contra golpistas que extorquiam parentes de pacientes internados
Criminosos ligavam para familiares dizendo que só exames particulares poderiam salvar a vida dos pacientes
Matheus Valêncio
Uma operação policial realizada nesta terça-feira (2) nos estados de Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso desmantelou um esquema de estelionato que explorava o desespero de familiares de pacientes internados. Criminosos entravam em contato com parentes, alegando que o estado de saúde do paciente havia piorado e que seria necessário pagar por exames ou medicamentos não cobertos pelo plano de saúde.
A fraude seguia um padrão: os golpistas conseguiam os dados dos pacientes internados e, usando nomes falsos e fotos retiradas da internet, ligavam para os familiares. Durante a conversa, afirmavam que era urgente autorizar procedimentos médicos ou exames particulares, induzindo as vítimas ao pânico ao dizer que a demora colocaria a vida do paciente em risco.
Em um dos casos investigados, um estelionatário dizia que a autorização precisava ser feita rapidamente, ou o estado clínico do paciente poderia se agravar.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpriu nove mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão. As ações foram realizadas em Goiás, Rio de Janeiro e Mato Grosso. A investigação revelou que o esquema era liderado por um homem de 35 anos que já estava preso em Rondonópolis (MT).
O grupo criminoso tinha base no Mato Grosso, mas era ligado a uma facção do Rio de Janeiro, considerada uma das maiores organizações criminosas do país. Com o dinheiro arrecadado por meio dos golpes, a quadrilha comprava armas e fortalecia suas ações em todo o território nacional.
Ao todo, 12 pessoas foram identificadas como integrantes do esquema. Os valores cobrados das vítimas variavam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Apenas no Rio Grande do Sul, cerca de 30 familiares de pacientes foram vítimas da fraude.









