Violência piora no Haiti e EUA ordenam retirada de funcionários americanos
Governo norte-americano comandará saída por meio de aviões militares; premiê haitiano continua se poder voltar ao país
O governo dos Estados Unidos ordenou, nesse domingo (10), a retirada dos funcionários não essenciais da embaixada em Porto Príncipe, no Haiti. A decisão ocorre em meio à forte onda de violência que se espalha pelo país, onde gangues armadas exigem a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry. A retirada será feita por meio de aviões militares.
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"A Embaixada dos EUA no Haiti permanecerá aberta. O aumento da violência de gangues em torno da embaixada dos EUA e do aeroporto levou o Departamento de Estado a tomar providências para que alguns outros funcionários da embaixada deixassem o país. Todas as idas e vindas são de funcionários do governo dos EUA", disse a Casa Branca.
A violência no Haiti vem piorando desde março, quando gangues invadiram as duas maiores prisões do país e libertaram mais de 3 mil detentos. Desde então, houve diversos confrontos entre gangues e policiais nas ruas, além de ataques em hospitais. O cenário está piorando a situação humanitária no país, que já vinha sofrendo devido aos terremotos.
Henry, que enfrenta pedidos para renunciar ou formar um conselho de transição, continua sem poder voltar para o Haiti. O premiê havia viajado para o Quênia no início do mês, onde tentou assinar um acordo para o envio de reforço policial, mas não conseguiu desembarcar na República Dominicana, que faz fronteira com o Haiti, por "questões de segurança".
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Em meio ao cenário, líderes caribenhos convocaram um encontro de emergência na Jamaica, nesta semana, para debater a situação "terrível" do Haiti. Eles convidaram os Estados Unidos, a França, o Canadá, as Nações Unidas e o Brasil para a reunião.