Publicidade
Mundo

Acidente no Elevador da Glória em Lisboa: cabo que unia cabines cedeu antes do descarrilamento

De acordo com os peritos, a falha aconteceu no ponto de fixação do cabo dentro da cabine nº 1, que havia partido do topo da Calçada da Glória

,
• Atualizado em
Publicidade

As primeiras análises feitas aos destroços do acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, ocorrido na última quarta-feira (3), apontam que a tragédia foi provocada pelo rompimento do cabo que unia as duas cabines do sistema. A informação foi confirmada pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) neste sábado (6).

+ Três brasileiros estão entre os feridos em acidente que matou 16 pessoas no Elevador da Glória, em Lisboa

"Do estudo feito aos destroços no local, foi de imediato constatado que o cabo que unia as duas cabinas cedeu no seu ponto de fixação dentro do trambolho superior da cabina nº 1 (aquela que iniciou a viagem no cimo da Calçada da Glória)", diz relatório da GPIAAF.

As autoridades analisaram toda a estrutura do bondinho. O trem era constituído por dois veículos, designados por cabines 1 e 2, com cerca de 14 toneladas cada.

As cabines são ligadas entre si por um cabo, que equilibra o peso de ambas através de um volante de inversão de grande diâmetro, localizado na parte superior da Calçada da Glória, em um compartimento técnico subterrâneo.

+ Portugal decreta luto nacional por descarrilamento de bondinho em Lisboa

De acordo com os peritos, a falha aconteceu no ponto de fixação do cabo dentro da cabine nº 1, que havia partido do topo da Calçada da Glória. Foi esse encaixe que acabou cedendo.

O relatório inicial destacou que o restante do sistema, como o cabo, o volante de inversão e as polias, estava em boas condições, bem lubrificado e sem sinais de defeito.

+ Presidente da Coreia do Sul promete apoio a coreanos presos em operação de imigração nos EUA

A empresa municipal de transportes Carris informou que todos os protocolos de manutenção estavam em dia e estão sendo entregues às autoridades.

As investigações continuam para apurar por que o sistema de frenagem de emergência não conseguiu suportar a carga após o rompimento do cabo.

+ Sobe para 16 o número de mortos em acidente com bondinho em Lisboa

Tecnologia obsoleta, diz presidente da OE

O presidente da Ordem dos Engenheiros de Portugal (OE), Fernando de Almeida Santos, afirmou que a falha expôs a necessidade de revisão da tecnologia usada nos funiculares da cidade, considerada obsoleta diante do aumento da demanda.

Segundo ele, a linha da Glória viu o número de passageiros triplicar na última década, e o uso de tecnologia moderna deve ser revisitado pelas autoridades.

"As autoridades precisam fazer algo mais para garantir a segurança desse tipo de funicular, porque a tecnologia, a engenharia e o conhecimento são muito maiores do que os deste século passado, e isso pode ser melhorado", disse ele.

Acidente deixou três mortos

Ao menos 16 pessoas morreram nesta quarta-feira (3) após o descarrilamento do Elevador da Glória, icônico bondinho que é um dos principais pontos turísticos de Lisboa, em Portugal.

O acidente também deixou cerca de 20 feridos. Imagens do local mostraram o elevador, que transporta pessoas para cima e para baixo em uma encosta na capital portuguesa, praticamente destruído, e equipes de emergência retirando vítimas dos destroços.

Os dois vagões da linha, cada um com capacidade para transportar cerca de 40 pessoas, são presos a extremidades opostas de um cabo de transporte, com tração fornecida por motores elétricos nos vagões que se contrabalançam.

Quando o carro que descia a ladeira de 265 metros perdeu a frenagem e descarrilou em uma curva, batendo em um prédio na esquina.

O Elevador da Glória tem capacidade para transportar até 42 pessoas. A linha, inaugurada em 1885, liga o centro de Lisboa, próximo à Praça dos Restauradores, ao Bairro Alto, famoso por sua vibrante vida noturna.

Publicidade

Assuntos relacionados

Portugal
Tragédia
Acidente
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade