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Vídeo mostra brasileiros vítimas de tráfico humano em abrigo militar

Itamaraty informou a familiares que eles serão retirados do local, na Tailândia, no próximo sábado (15)

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Familiares aguardam a chegada de dois brasileiros que conseguiram fugir de Mianmar. Segundo os parentes, eles viajaram para a Ásia com promessas de emprego, mas teriam se tornado vítimas de tráfico humano.

O Itamaraty informou as famílias de Phelipe Ferreira e Luckas Viana dos Santos que, no próximo sábado (15), os dois vão ser retirados, pela embaixada brasileira, do abrigo onde estão, na Tailândia. Segundo o governo brasileiro, a repatriação deve acontecer o mais rápido possível.

Um vídeo mostra os brasileiros no abrigo militar. Phelipe e Luckas estão entre as mais de 80 pessoas resgatadas de Mianmar na última segunda-feira (10) de Mianmar. Segundo os familiares, eles fugiram de uma rede de tráfico humano no país asiático.

Antônio Ferreira, pai de Phelipe, conta que, em novembro do ano passado, o filho recebeu uma falsa proposta de emprego, e foi levado de hotel pelos criminosos.

"Depois de duas horas que ele estava dentro desse carro, ele percebeu que estava entrando dentro de uma mata numa estrada de terra, aí ele percebeu que algo estava errado e mandou a localização pro amigo dele", conta.

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Phelipe foi mantido refém por quase três meses na região da fronteira entre a Tailândia e Mianmar, considerada uma "fábrica de golpes online".

Segundo a família, as vítimas tiveram passaportes e celulares apreendidos e eram obrigadas a enganar outras pessoas.

"Se ele não atingisse uma meta, eles eram espancados, torturados, levavam choque, paulada. O meu filho fez uma chamada de vídeo comigo hoje, ele me mostrou as pernas dele, as coxas dele e os braços - todo roxo, todo arrebentado", conta o pai de Phelipe.

O contato de Phelipe com a família era rápido e escondido, com um perfil falso. No último sábado, ele avisou ao pai os planos de fugir do local, pediu que avisasse Cíntia que seria na madrugada do dia 8 para 9, às 2h30, horário da China. Com medo, o jovem pede que o pai não envie novas mensagens e adota um tom de despedida.

A Cíntia citada nas mensagens é diretora da ONG Exodos Road, que atua no combate ao tráfico humano.

"A gente se comunicou com o Phelipe através de um telefone da Embaixada de Filipinas porque eles foram buscar alguns cidadãos. A gente vai criando uma rede de apoio", conta Cíntia Meirelles.

Mianmar sofreu um golpe militar em 2021, e desde então vive uma guerra civil. A instabilidade abriu espaço para criminosos internacionais agirem no local.

O Itamaraty tem uma cartilha que alerta para o aumento de tráfico de pessoas no sudeste asiático. A ONG Exodos dá dicas para quem tem propostas de emprego na região.

"A dica mais importante é: desconfie de propostas muito boas. Veja se a empresa tem um site. Desconfie de propostas que vêm por mídia social. Não acredite, o sonho pode se tornar um pesadelo", orienta Cíntia.

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