"Últimas ações de Israel em Rafah não cruzam linha vermelha", dizem EUA
Governo afirmou que ainda não viu danos extensos ou grande número de mortos deixados por ofensiva israelense
Para o governo dos Estados Unidos, as últimas ações de Israel em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, não constituem uma operação terrestre que cruze “uma linha vermelha”. Foi o que afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança, John Kirby, na terça-feira (28), quando questionado sobre os ataques que deixaram dezenas de civis mortos na cidade.
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“Não temos uma vara de medição ou uma cota. Mas não queremos ver uma operação terrestre em Rafah que torne difícil para os israelenses ir atrás do Hamas sem causar danos extensos e um grande número de mortes. Ainda não vimos isso", disse Kirby.
O porta-voz defendeu ainda que Washington não está fazendo “vista grossa” para a situação em Rafah. Segundo ele, o governo está acompanhando “de perto” uma investigação sobre o ataque israelense feito no último domingo (26), no qual acertou um acampamento humanitário na cidade. Ao todo, 45 civis foram mortos.
A ofensiva em Rafah testa a promessa do presidente Joe Biden de suspender o envio de armas a Israel. No início do mês, o líder já reteve um carregamento de bombas ao país após suspeitas de que o exército estaria planejando um ataque em grande escala na cidade – último abrigo de cerca de 1,5 milhão de palestinos em Gaza.
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O temor, portanto, é que a operação terrestre deixe Israel ainda mais isolado da comunidade internacional. “Isso é preocupante, claramente, porque não é do melhor interesse de Israel", disse Kirby. "E não é do nosso interesse que Israel fique cada vez mais isolado no cenário mundial”, acrescentou.