Turquia bombardeia alvos na Síria e no Iraque em resposta a ataque terrorista
Erdogan promete eliminar terrorismo após atentado que deixou sete mortos em Ancara
A tensão no Oriente Médio ganha uma nova frente com a Turquia realizando bombardeios em alvos na Síria e no Iraque. A ação ocorreu em resposta a um atentado que aconteceu na quarta-feira (23), e o governo turco responsabiliza o grupo separatista curdo, PKK, que atua nas regiões fronteiriças desses três países.
Pouco depois dos funerais das vítimas do ataque, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que estava em visita à Rússia, agradeceu as manifestações de solidariedade e prometeu erradicar o terrorismo em seu país.
Horas antes, Erdogan autorizou o bombardeio de 47 alvos no Iraque e na Síria, que o governo afirma pertencerem ao PKK.
O atentado de quarta-feira teve como alvo a indústria aeroespacial turca, em Ancara, e resultou na morte de sete pessoas, incluindo os dois terroristas responsáveis pelo ataque.
O grupo separatista curdo, apontado como o autor do ataque, é o maior grupo étnico do mundo sem um estado próprio, com uma população de mais de 30 milhões de pessoas espalhadas por Turquia, Síria, Iraque e Irã. Eles possuem sua própria língua e cultura, e sua luta por mais autonomia e independência, como o direito de ensinar a língua curda nas escolas, tem sido motivo de conflito com o governo turco.
Antes do ataque, havia discussões sobre uma possível trégua, e um aliado do governo turco chegou a mencionar a possibilidade de libertar o líder do PKK, preso há 25 anos. No entanto, isso dependeria da renúncia à violência e do desmantelamento do grupo, considerado terrorista pela Turquia, União Europeia, Estados Unidos e outros países, como o Reino Unido.
Desde a década de 1980, dezenas de milhares de pessoas morreram nos confrontos entre o PKK e o governo turco, e o recente ataque e a resposta militar indicam que o fim deste conflito ainda está distante.