Trump sanciona lei que autoriza divulgação de arquivos da investigação sobre Epstein
Departamento de Justiça terá 30 dias para liberar documentos que podem esclarecer a atuação do financista e seus vínculos com figuras de destaque
Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (19) o projeto de lei que determina a liberação dos arquivos da investigação do Departamento de Justiça sobre o financista Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais e morto em 2019.
O material pode revelar novos detalhes sobre as atividades de Epstein, que mantinha relações sociais com Trump e outras personalidades conhecidas antes de ser condenado, em 2008, por aliciamento de menor para prostituição.
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O caso voltou ao centro das discussões porque o tema tem sido um incômodo político para Trump, especialmente após ele próprio incentivar teorias da conspiração envolvendo a morte de Epstein.
Muitos apoiadores do republicano acreditam que seu governo teria acobertado informações sobre a relação de Epstein com figuras poderosas.
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Outro ponto de especulação envolve a morte de Epstein, considerada oficialmente suicídio enquanto ele aguardava julgamento por tráfico sexual em uma prisão federal de Manhattan, em 2019.
Essas teorias são usadas tanto por opositores quanto por seus próprios seguidores, criando pressão política constante durante a campanha.
Quando os documentos serão divulgados?
A Procuradora-Geral Pam Bondi afirmou nesta quarta-feira (19) que o Departamento de Justiça deverá liberar o material em até 30 dias, como determina o projeto aprovado nesta semana pela Câmara controlada pelos republicanos e pelo Senado.
"Continuaremos a seguir a lei para investigar todas as pistas", afirmou Pam, citando uma investigação em andamento no Distrito Sul de Nova York. "Se houver vítimas, encorajamos todas elas a se apresentarem."
Câmara e Senado aprovaram projeto
Na noite de terça-feira (18), o Senado dos Estados Unidos aprovou a divulgação dos arquivos. Mais cedo, o texto havia sido aprovado pela Câmara dos Representantes por ampla maioria: 427 a 1.
“O Congresso acabou de votar esmagadoramente para aprovar o projeto de lei Epstein. Assim que esse projeto de lei chegar à mesa do presidente, Donald Trump deve obedecer à letra da lei e garantir total transparência em relação aos arquivos Epstein. Deixe a verdade vir à tona. Que a transparência reine”, disse Chuck Schumer, principal democrata do Senado.
A aprovação da resolução foi uma reviravolta no caso. Isso porque, até então, Trump era contra a publicação do dossiê.
O presidente mudou de posição após o Partido Democrata divulgar, na última semana, e-mails de Epstein indicando que ele tinha conhecimento da rede de tráfico sexual do empresário.
Uma das mensagens, inclusive, sugere que o republicano esteve “por horas” com uma das vítimas.
Caso Epstein
Jeffrey Epstein, magnata condenado por crimes sexuais, foi preso pela primeira vez em 2008, quando admitiu ter prostituído uma menor de idade.
Em julho de 2019, ele foi preso novamente sob acusações de abuso e tráfico sexual de menores, com mais de 250 possíveis vítimas. Um mês depois, em agosto, foi encontrado morto dentro de sua cela com indícios de suicídio.
Horas antes da votação de terça-feira na Câmara, cerca de 20 mulheres que afirmam terem sido vítimas de Epstein participaram de um ato em frente ao Capitólio, a sede do Congresso dos EUA. Elas exibiram fotos de quando eram adolescentes, período em teriam conhecido o magnata.









