Trump negocia acordo entre Ruanda e Congo e prevê cessar-fogo em Gaza na próxima semana
Presidente dos EUA se reuniu com líderes africanos para mediar conflito de três décadas; Trump também falou sobre Gaza e exaltou bombardeios contra o Irã

Vicklin Moraes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta sexta-feira (27), no Salão Oval, líderes da Ruanda e da República Democrática do Congo (RDC) para firmar um acordo histórico visando encerrar o conflito no leste do Congo, que já dura mais de 30 anos. Durante o encontro, Trump também afirmou que um cessar-fogo em Gaza pode ser alcançado ainda na próxima semana.
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“Acabei de falar com algumas das pessoas envolvidas. A situação em Gaza é terrível. E achamos que, na próxima semana, conseguiremos um cessar-fogo. Estamos fornecendo muito dinheiro e comida para aquela região. Em teoria, não estamos diretamente envolvidos, mas acabamos envolvidos porque pessoas estão morrendo”, afirmou o presidente.
Trump também celebrou os bombardeios norte-americanos que destruíram instalações nucleares no Irã, destacando que o confronto entre Irã e Israel “terminou em apenas 12 dias e sem o uso de armas nucleares”. O republicano voltou a afirmar que os Estados Unidos possuem “o melhor exército militar do mundo”.
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Congo x Ruanda
O acordo mediado por Washington busca pôr fim a um dos mais longos da África contemporânea. A tensão entre Ruanda e a República Democrática do Congo remonta à década de 1990, com raízes no genocídio de Ruanda, em 1994, e na atuação de grupos armados como o M23, acusados de operar com apoio de governos locais e explorar ilegalmente recursos minerais da região.
Estima-se que mais de 6 milhões de pessoas tenham morrido em decorrência direta ou indireta da guerra, além de milhões de deslocados internos e refugiados. O cenário provocou instabilidade regional duradoura e diversas tentativas frustradas de mediação ao longo dos anos.
O vice-presidente americano J.D. Vance, que participou da reunião, destacou a importância do acordo. "Durante 30 anos, praticamente toda a minha vida, esses dois países estiveram nas manchetes, sempre por causa da violência. Agora, podemos olhar para o futuro , pelos nossos filhos e pela paz que nunca tiveram", afirmou.