Trump fecha acordo com Filipinas antes de tarifaço global
Presidente dos EUA confirma acordo comercial com Ferdinand Marcos e promete parceria militar com o país

Vicklin Moraes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (22) o fechamento de um acordo comercial com as Filipinas, a apenas dez dias do início do tarifaço global liderado por seu governo, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto. A confirmação foi feita por Trump por meio de uma publicação em sua rede social, a Truth Social.
+ Trump pode viajar à China para se encontrar com Xi Jinping em "futuro não muito distante"
"O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos, acaba de deixar a Casa Branca acompanhado de seus muitos representantes. Foi uma visita excelente, e concluímos nosso acordo comercial, pelo qual as Filipinas adotarão um mercado aberto com os Estados Unidos e tarifas zero", escreveu Trump.
Além da isenção tarifária, o republicano informou que as Filipinas pagarão uma tarifa reduzida de 19%, abaixo dos 20% inicialmente anunciados. Também foi firmada uma nova parceria militar entre os dois países.
+EUA anunciam saída da Unesco, agência de cultura e educação da ONU
Mais cedo, Trump recebeu Ferdinand Marcos, presidente das Filipinas no Salão Oval. Durante coletiva de imprensa, o presidente norte-americano voltou a atacar a gestão de Joe Biden.
"Eles [Filipinas] são uma nação muito importante militarmente. Tivemos grandes exercícios recentes. Estamos de volta com eles. A última administração não se dava bem com ninguém. Eles não sabiam o que estavam fazendo", afirmou.
Tarifaço de Trump
As novas tarifas de importação dos EUA entram em vigor no próximo dia 1º de agosto. Trump tem enviado cartas a diversos parceiros comerciais, alertando para possíveis retaliações caso os países decidam responder com medidas semelhantes.
O Brasil foi o país mais penalizado, com uma tarifa de 50%. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump alegou que a medida visa “corrigir as graves injustiças do sistema comercial atual”.
A relação entre Brasília e Washington tem se deteriorado nos últimos meses, especialmente declarações de Trump defendendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. As tarifas têm gerado preocupação entre exportadores brasileiros e também entre setores da economia americana.
O jornal norte-americano Washington Post publicou um editorial criticando as ações do republicano. O texto, assinado pelo colunista Ishaan Tharoor, especialista em relações exteriores, afirmou que o "bullying de Trump contra o Brasil está saindo pela culatra".
Segundo Tharoor, a tarifa de 50% ameaça os laços entre os EUA e a “segunda nação mais populosa do hemisfério a apoiar Bolsonaro”, e representa um "presente" político para Lula.