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Trump está “frustrado” com negociações com Brasil, diz assessor

Kevin Hassett, diretor do Conselho Nacional Econômico, pontoou que presidente considera políticas brasileiras como ameaça à segurança nacional

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Presidente Donald Trump | Reprodução
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está frustrado com as “ações e negociações comerciais” do Brasil. A afirmação foi feita pelo diretor do Conselho Nacional Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, que foi questionado no domingo (13) sobre a tarifa de 50% imposta pelo republicano sobre os produtos brasileiros.

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“O ponto principal é que o presidente tem ficado muito frustrado com as negociações com o Brasil. Estamos tentando colocar a América primeiro”, disse Hassett à ABC. “Normalmente não se trata necessariamente de um país específico, mas com o Brasil sim, as ações chocaram o presidente e ele deixou isso claro”, acrescentou.

Questionado sobre os motivos de Trump para impor a taxa ao Brasil, Hassett citou o descontentamento do republicano com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) réu no julgamento sobre tentativa de golpe de Estado. O diretor chegou a citar uma ameaça à segurança nacional, mas sem explicar o porquê.

“Eu acho que essa tarifa para o Brasil é muito mais alta por causa da frustração do presidente com Bolsonaro. Ele tem sido bastante franco sobre isso com o caso Bolsonaro, certo? O presidente tem autoridade para impor as tarifas se acreditar que as ações e políticas do Brasil são uma ameaça à segurança nacional”, disse.

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Ao final da entrevista, Hassett reforçou que o “ponto principal” das tarifas aos países é realocar a produção para os Estados Unidos para reduzir a emergência nacional. Ele observou, contudo, que Trump vem analisando algumas propostas de acordos comerciais com determinadas nações e que novas medidas podem ser tomadas quando “a poeira baixar”.

Entenda

A taxa de 50% sobre os produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1º de agosto, foi anunciada por Trump na última quarta-feira (9). Em carta enviada à Brasília, o republicano disse que a decisão buscava “corrigir as graves injustiças do sistema” comercial atual. Ele também associou a medida ao que considera perseguição política contra Bolsonaro e ataques à liberdade de expressão.

Trump classificou como “vergonha internacional” o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, chamando o processo de “caça às bruxas que deve acabar imediatamente”. Além disso, criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, emitiram “centenas de ordens de censura secretas e ilegais” contra plataformas norte-americanas.

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “é falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano” e que “qualquer aumento unilateral de tarifas será respondido com reciprocidade conforme previsto na legislação brasileira”. Reforçou, ainda, que o “Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”.

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“O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais. No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática. No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas”, disse Lula.

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