Trump critica políticas migratórias da Europa e provoca reação de líderes europeus
Com críticas a Londres e Paris, presidente diz que gestão de líderes europeus é “um desastre”

Caio Aquino
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou as políticas migratórias europeias e afirmou que o continente vive um processo de “declínio”, durante entrevista ao jornal Politico. As declarações, repercutiram imediatamente entre autoridades da União Europeia e ampliaram tensões diplomáticas sobre o tema.
Na conversa, Trump afirmou que a Europa “perdeu o controle de suas fronteiras” e citou a chegada de imigrantes como um dos fatores que, segundo ele, estariam levando países europeus a um “colapso cultural”. Ele também relacionou a política migratória do continente a um suposto aumento de violência e instabilidade. “Eles vão continuar tendo grandes dificuldades se não controlarem quem entra”, disse.
As falas ecoam posicionamentos antigos de Trump e foram interpretadas por diplomatas europeus como um sinal de que seu governo retomaria uma postura mais dura contra aliados históricos. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, reagiu de forma direta. Em declaração ao jornal Politico Europe, ele afirmou que Trump “propaga medo e desinformação sobre imigração” e que Londres “não será palco desse tipo de retórica”.
Além da resposta imediata, Trump atacou o prefeito, chamando-o de “horrível, cruel e repugnante” e disse que Londres teria se deteriorado sob sua gestão. Khan, que já havia criticado o presidente norte-americano em ocasiões anteriores, chegou a classificá-lo como “racista, sexista, misógino e islamofóbico” em declarações feitas em setembro.
Integrantes do Parlamento Europeu também contestaram as afirmações, afirmando que as políticas migratórias do bloco têm passado por revisões e que os números de entradas irregulares diminuíram em 2025. Parlamentares democratas nos Estados Unidos criticaram o tom das declarações e afirmaram que Trump busca explorar o tema politicamente.
Mais críticas à Europa
Trump também ampliou críticas a líderes europeus e insinuou que muitos deles “não são fortes o suficiente” para lidar com pressões externas, citando ainda divergências sobre o apoio à Ucrânia e sobre o papel da Otan. Governos europeus, por sua vez, evitaram respostas diretas, mas autoridades diplomáticas disseram ao Politico que as falas foram recebidas com “preocupação” e “surpresa pela intensidade do ataque”.
Apesar da repercussão, Trump não apresentou propostas concretas para uma eventual reformulação das relações com a Europa caso seja eleito novamente, mas reforçou que vê a imigração como um dos principais pontos de tensão global.
A entrevista ocorre em um momento de debate intenso dentro da União Europeia sobre novas regras para controle de fronteiras, distribuição de migrantes e cooperação entre países-membros, temas que têm dividido governos e impulsionado partidos de direita no continente.









