Senadores partem para agressão física após debate no México; veja vídeo
Tumulto ocorreu na quarta-feira (27), após discussão acalorada sobre o combate ao narcotráfico

Camila Stucaluc
Senadores do México trocaram socos, empurrões e gritos ao final de uma sessão na noite de quarta-feira (27). O tumulto ocorreu após um debate acalorado sobre supostos pedidos da oposição para que os Estados Unidos intervissem militarmente contra os cartéis de narcotráfico na América Latina.
A briga foi protagonizada pelo presidente do Senado, Gerardo Fernández Noroña, e pelo opositor Alejandro "Alito" Moreno. Os parlamentares cantavam o hino nacional para encerrar a sessão quando Moreno subiu à tribuna e questionou Noroña por não ter lhe dado a palavra na audiência. Ele empurrou o líder do Senado, que revidou e foi acertado por um tapa.
A agressão foi transmitida pelo canal do Congresso mexicano, além de ser gravada por senadores que estavam presentes. Nas imagens, é possível ver ambos os parlamentares trocando empurrões, com Moreno derrubando um fotógrafo no meio da briga.
Os políticos já tinham discutido dias atrás, quando Moreno apresentou à Procuradoria-Geral uma denúncia contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por supostos vínculos com cartéis mexicanos. O senador também insinuou que setores do governo poderiam estar ligados a atividades ilegais, o que foi negado por Noroña.
Pelas redes sociais, Noroña disse que vai protocolar uma queixa contra Alito e convocar uma sessão de emergência para sexta-feira (29). O opositor, por sua vez, acusou o líder governista de covardia, dizendo que foi ele quem iniciou o confronto físico. “Ele deu o primeiro empurrão, e o fez por covardia. Quando Noroña cruzou a linha, ele sabia exatamente o que estava fazendo”, disse Alito.
Tensão na América Latina
A polêmica ocorreu em meio à tensão entre Estados Unidos e Venezuela. Nesta semana, Washington enviou navios militares ao sul do Caribe em uma missão contra o narcotráfico. A futura presença das embarcações próximo à costa venezuelana chamou a atenção do presidente Nicolás Maduro, que convocou 4,5 milhões de soldados da milícia e reforçou o patrulhamento marítimo e fronteiriço.
+ Maduro convoca novo alistamento militar em meio à operação dos EUA no Caribe
O venezuelano teme que a operação naval norte-americana seja uma ofensiva disfarçada, com o objetivo de mudar o regime do país à força. Isso porque Washington considera Maduro como um dos principais narcotraficantes do mundo, alegando que ele usa organizações criminosas internacionais para levar drogas aos Estados Unidos. Uma recompensa de US$ 50 milhões foi anunciada por informações que levem à prisão ou condenação do político.