Rússia impõe condições para cessar-fogo e intensifica ataques à Ucrânia
Kremlin exige alívio de sanções econômicas para trégua no Mar Negro, enquanto intensifica bombardeios a cidades ucranianas
Thiago Ferreira
Horas depois de os Estados Unidos (EUA) anunciarem um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia no Mar Negro, o Kremlin impôs condições para a trégua, enquanto o exército russo intensificou seus ataques a cidades ucranianas. A maior ofensiva com drones contra a cidade portuária de Mykolaiv desde o início da guerra foi registrada, segundo autoridades ucranianas. Dos 117 drones russos lançados, 56 foram abatidos.
Além de Mykolaiv, outras regiões também foram alvos de bombardeios, incluindo a cidade natal do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Os ataques ocorreram poucas horas após o governo americano anunciar a trégua negociada na Arábia Saudita, que permitiria a passagem livre de embarcações pelo Mar Negro. O acordo facilitaria o escoamento de grãos da Ucrânia e o transporte de fertilizantes russos.
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No entanto, o Kremlin condicionou o início do cessar-fogo ao alívio das sanções econômicas impostas pelo Ocidente. Entre as principais exigências do governo russo está a reintegração dos bancos do país ao sistema SWIFT, utilizado para transações financeiras internacionais. O bloqueio afeta diretamente os pagamentos por exportações de energia e produtos agrícolas, dois dos principais setores da economia russa.
A decisão final depende da União Europeia, que já respondeu que as sanções só serão suspensas quando as tropas russas se retirarem completamente da Ucrânia.
Enquanto isso, em um novo gesto de apoio europeu à Ucrânia, Zelensky foi recebido nesta quarta-feira pelo presidente francês Emmanuel Macron, em Paris. O encontro antecede uma cúpula de líderes europeus para discutir garantias de segurança para a Ucrânia e para o continente. Durante a reunião, Macron anunciou um novo pacote de ajuda militar de dois bilhões de euros, incluindo o fornecimento de mísseis antitanque e drones para o exército ucraniano.
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O presidente francês também afirmou que a Rússia deve aceitar a trégua sem impor condições, reforçando o posicionamento da União Europeia sobre o conflito.