Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre incêndio na maior usina nuclear da Europa
Zaporizhzhia fica em território ucraniano. Os níveis de radiação estão dentro da normalidade. Um funcionário da usina ficou ferido
Rússia e Ucrânia trocaram acusações sobre a autoria do ataque que provocou um incêndio na usina nuclear em Zaporizhzhia, no território ucraniano, neste domingo (11). Mesmo com a explosão após um ataque aéreo, os níveis de radiação não foram alterados e não há maiores riscos. Os dois países estão em disputa militar há mais de dois anos.
+Rússia diz que tropas ucranianas cruzaram seu território e lançaram "ataque massivo" Dados da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) indicaram que houve danos a uma torre de resfriamento, mas que isso não causaria transtornos. Um funcionário ficou ferido.
No X (antigo Twitter), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia.
"Enquanto os terroristas russos mantiverem o controle sobre a usina nuclear, a situação não é e não pode ser normal", disse o presidente ucraniano. "A Rússia tem usado a usina nuclear de Zaporizhzhia apenas para chantagear a Ucrânia, toda a Europa e o mundo", completou.
O russo Yevgeny Balitsky, governador da região indicado por Vladimir Putin, afirmou que os ataques partiram das forças ucranianas. "Ucranianos provocaram um incêndio nas instalações de refrigeração da fábrica", afirmou. Segundo ele, esse incidente marca o primeiro dano significativo à infraestrutura da usina. A Ucrânia vive seu melhor momento na guerra contra a Rússia. A imersão ucraniana no território russo já levou Moscou a retirar mais de 100 mil moradores de cidades localizadas na fronteira entre os países. Um ataque surpresa, que começou na última terça-feira (6), marcou a primeira invasão terrestre da Ucrânia em território russo desde o início da guerra, há dois anos e meio.
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Segundo o governador interino de Kursk, Alexei Smirnov, desde a invasão as forças ucranianas já avançaram 12 quilômetros e, atualmente, controlam 28 assentamentos russos. Ele ordenou nesta segunda-feira (12) a retirada de 14,5 mil russos da cidade de Belovsky.
No domingo (11), o prefeito de Belovsky, Nikolay Volobuev, usou o Telegram para informar que grupos armados ucranianos entraram no distrito, classificando a situação como “tensa".
O governador da região de Belgorod, adjacente a Kursk, também anunciou a evacuação de pessoas de um distrito próximo à fronteira ucraniana, descrevendo a manhã de segunda-feira como “alarmante”, mas sem informar detalhes.