Rússia diz que tomou nota sobre ultimato de Trump enquanto ataque mata 19 pessoas na Ucrânia
Presidente dos EUA encurta prazo para cessar-fogo e ameaça sanções; horas depois do anúncio, Moscou bombardeou uma colônia penal na Ucrânia

SBT News
com informações da Reuters
O Kremlin afirmou nesta terça-feira (29) que "tomou nota" da nova declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a guerra na Ucrânia. Durante visita ao Reino Unido na véspera, o republicano encurtou o prazo para Moscou aceitar um cessar-fogo ou enfrentar novas sanções. Horas depois, forças russas bombardearam uma colônia penal na região de Zaporizhzhia, matando 19 pessoas, segundo autoridades locais.
Dezenas de outras pessoas ficaram feridas no ataque, que aconteceu durante a noite. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou o bombardeio como "deliberado" e afirmou que os russos sabiam que estavam atingindo civis: "Isso foi feito após uma posição completamente clara dos Estados Unidos".
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Zelenskiy acrescentou que um total de 22 pessoas foram mortas em ataques realizados durante a noite pela Rússia, incluindo uma mulher grávida de 23 anos que morreu em um ataque de mísseis a um hospital em outra região do sudeste.
Segundo o Ministério da Justiça ucraniano, o refeitório da prisão foi totalmente destruído, e outras áreas da colônia foram danificadas. Quatro bombas aéreas altamente explosivas teriam sido utilizadas, deixando ao menos 42 feridos. A Reuters não conseguiu verificar as informações de forma independente. Moscou ainda não comentou o caso.
A Rússia vem intensificando seus ataques aéreos muito além da linha de frente, no quarto ano de guerra, e mantém ganhos contínuos no campo de batalha.
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Nesta terça (29), em teleconferência com jornalistas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou as declarações de Trump com cautela:
"Tomamos nota da declaração do presidente Trump ontem. A operação militar especial continua [...] Continuamos comprometidos com um processo de paz para resolver o conflito em torno da Ucrânia e para garantir nossos interesses no curso desse acordo", afirmou Peskov.
No mês passado, Trump já havia ameaçado impor novas sanções à Rússia e a compradores de suas exportações, dando um prazo de 50 dias, que expiraria no início de setembro. Agora, ele afirmou que esse prazo foi antecipado.
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Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, Trump manteve cerca de seis conversas diretas com Putin, mas afirmou nesta semana que "já não está tão interessado em conversar". O Kremlin se recusou a comentar essa declaração.