Quem é Kamala Harris, apontada por Biden para substituí-lo na eleição dos EUA
Democrata teve rápida ascensão política e viu sua popularidade declinar no cargo de vice-presidente
SBT News
Vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris foi apontada por Joe Biden como substituta dele como a candidata do Partido Democrata para enfrentar Donald Trump na eleição para a Casa Branca, após desistir de concorrer.
Em 20 de janeiro de 2021, Kamala Harris foi empossada como a primeira mulher, a primeira norte-americana negra e a primeira norte-americana de ascendência sul-asiática a ser eleita como vice-presidente do país
Segundo a última pesquisa do The Washington Post, ABC News e Ipsos, 70% dos democratas e independentes com tendência democrata afirmaram que ficariam satisfeitos se Harris se tornasse a candidata do partido, incluindo 85% dos democratas negros.
Kamala Harris
Filha de mãe indiana e de pai jamaicano, Harris nasceu em 1964 em Oakland, Califórnia. Ela se formou com um bacharelado em artes pela Universidade Howard e em direito pela Faculdade de Direito Hastings da Universidade da Califórnia. Nos anos 1990, ingressou no escritório do promotor distrital do Condado de Alameda, onde se especializou na acusação de casos de abuso infantil.
Em 2004, ela foi eleita promotora distrital de São Francisco. Na região, ficou conhecida por liderar o movimento pelos direitos LGBTQIA+, oficiando o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo após a anulação da Proposição 8, que havia banido a união de indivíduos do mesmo sexo no estado.
Ela também criou uma unidade de justiça ambiental e um programa para dar oportunidade de estudo e emprego a usuários de drogas. O programa foi apontado pelo Departamento de Justiça dos EUA como um modelo nacional de inovação para a aplicação da lei.
Em 2010, Harris foi eleita procuradora-geral da Califórnia, onde supervisionou o maior departamento de justiça estadual do país. Na posição, ganhou um acordo de 20 bilhões de dólares para os californianos cujas casas foram executadas e um acordo de 1,1 bilhão de dólares para estudantes e veteranos prejudicados por uma empresa de educação com fins lucrativos.
Ficou no cargo até 2017, quando foi empossada no Senado dos Estados Unidos e tornou-se a primeira indiana americana e apenas a segunda mulher negra a ocupar tal posição. Integrou o Comitê de Inteligência e o Comitê Judiciário do Senado. Foi no último que ganhou projeção nacional ao questionar duramente Brett Kavanaugh e William Barr, indicados por Trump para ocupar cargos na Suprema Corte e de Secretário de Justiça, respectivamente.
Em 2019, chegou a concorrer como pré-candidata à Casa Branca pelo Partido Democrata para as eleições de 2020 e teve um bom desempenho em um debate contra Joe Biden, mas desistiu da campanha pouco antes de ser anunciada como vice na chapa de Biden à presidência. Sua presença foi essencial para assegurar os votos de afro-americanos em um contexto de reivindicações da comunidade após a morte de George Floyd e o movimento Black Lives Matter.
Vice-presidente
Como vice-presidente, no entanto, Harris viu sua popularidade se esvair. Em 2021, antes mesmo de completar um ano no cargo, Kamala foi considerada a vice mais impopular da história em 50 anos, de acordo com uma pesquisa feita pelo jornal USA Today e pela Suffolk University.
Acabou ficando à sombra de Biden e não obteve bons resultados nos assuntos que lhe foram designados, como a crise migratória, por exemplo. O foco, segundo explicou a Casa Branca na ocasião, era que Harris trabalhasse para diminuir o fluxo de migrantes irregulares que tentam entrar nos Estados Unidos, bem como fortalecer as relações com o México e com os países de onde vem a maioria dos migrantes que chegam à fronteira do país.
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Em um discurso na Guatemala, em junho de 2021, Kamala Harris pediu, durante um encontro com o presidente do país, que os migrantes "não venham" para os EUA de forma ilegal. O desempenho foi alvo de intensas críticas e o fracasso em lidar com a questão da fronteira lhe rendeu, nesta semana, o apelido de "czar da fronteira" pelo Partido Republicano.
O número recorde de imigrantes detidos na fronteira dos Estados Unidos com o México foi um dos principais alvos da Convenção Republicana em Winsconsin, com acusações de que Biden e Harris permitiram que "criminosos e terroristas entrassem no país".