Quase 9 mil migrantes morreram em rotas migratórias em 2024, diz ONU
É o maior número anual desde o início do monitoramento da Organização Internacional para as Migrações; em 10 anos, foram 70 mil mortes

SBT News
Mais de 8.700 migrantes morreram em rotas migratórias ao redor do mundo em 2024, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgados na segunda-feira (28). É o maior número anual registrado desde o início do monitoramento da agência, em 2014. O levantamento já documentou mais de 72 mil mortes e desaparecimentos nos últimos dez anos.
África, Ásia, Europa e Caribe registraram, em 2024, os maiores números de mortes em migração desde o início da série histórica. As vítimas incluem ao menos 773 mulheres, 3.084 homens e 480 crianças. Ainda assim, a OIM aponta uma diminuição na quantidade de informações disponíveis sobre idade e sexo dos desaparecidos, o que pode indicar uma redução na identificação das vítimas.
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Mais da metade (54%) das mortes e desaparecimentos documentados desde 2014 ocorreram em países afetados por crises. Já os migrantes originários desses países representam 27% do total de vítimas. Afeganistão, Mianmar (especialmente da minoria rohingya) e Síria são as três principais nacionalidades entre os mortos ou desaparecidos.
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“Esses números são um lembrete trágico de que as pessoas arriscam suas vidas quando a insegurança, a falta de oportunidades e outras pressões as deixam sem opções seguras ou viáveis em seus países de origem”, afirmou a diretora-geral da OIM, Amy Pope. “Precisamos investir na criação de estabilidade e oportunidades dentro das comunidades, para que a migração seja uma escolha, e não uma necessidade. E, quando permanecer já não for possível, devemos trabalhar juntos para viabilizar caminhos seguros, legais e ordenados que protejam vidas.”
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Ainda segundo o relatório, a violência tem um impacto desproporcional nas rotas migratórias que passam por países em crise, onde ela responde por 10% das mortes, em comparação com menos de 4% em países não afetados.
Doenças e a falta de acesso a cuidados médicos também matam mais migrantes em nações instáveis: 6% das mortes em trânsito nesses locais ocorreram por essas causas, contra 1,5% em países considerados estáveis.