Putin defende ofensiva na Ucrânia e culpa Ocidente por crise entre países
Declaração do presidente russo aconteceu durante cúpula da Organização para Cooperação de Xangai

Camila Stucaluc
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a defender a chamada “operação militar especial” na Ucrânia. Falando na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), nesta segunda-feira (1º), o líder russo culpou o Ocidente por desencadear o conflito entre os países.
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“Esta crise não foi desencadeada pelo ataque da Rússia à Ucrânia. É o resultado de um golpe de Estado na Ucrânia, que foi apoiado e provocado pelo Ocidente. A segunda razão para a crise são as constantes tentativas do Ocidente de atrair a Ucrânia para a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, disse.
Ao mencionar um golpe de Estado, Putin se referiu aos protestos que resultaram na queda do então presidente ucraniano pró-russo, Viktor Yanukovych, em 2014. Já no caso da Otan, enfatizou que a expansão da aliança militar no Leste Europeu representa uma ameaça direta à segurança da Rússia, pois engloba muitos países fronteiriços.
Durante a declaração, Putin ainda comentou sobre as negociações de paz, agradecendo aos países presentes na cúpula, como China e Índia, pelas propostas de cessar-fogo. Ele disse esperar que o diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que media as negociações de paz, tenha alcançado um “entendimento mútuo”.
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"Valorizamos os esforços e propostas da China, Índia e outros parceiros estratégicos para resolver a crise ucraniana. Espero que o entendimento mútuo alcançado na recente cimeira entre a Rússia e os Estados Unidos no Alasca vá na mesma direção. Espero que isso abra caminho para a paz na Ucrânia”, disse Putin.
O que é a SOC?
A SCO vem sendo apresentada como uma alternativa à Otan. A organização, no entanto, não possui cláusulas de defesa mútua, anunciando-se como um sistema de cooperação política, econômica e de segurança. Os países membros incluem China, Índia, Rússia, Paquistão, Irã, Cazaquistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Bielorrússia, além de outros 16 países afiliados como observadores ou "parceiros de diálogo".