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Principal opositor de Maduro vota na Venezuela e celebra presença maciça de eleitores

Em pleito sem registro oficial de incidentes, Edmundo González demonstrou otimismo em relação a possível alternância de poder no país

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Edmundo González acena a populares após votar, na Venezuela. | Reprodução/Redes sociais
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O principal opositor do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, votou, neste domingo (28), em uma seção eleitoral do bairro Las Mercedes, na capital do país, Caracas. Na saída, Edmundo González expressou otimismo em relação a possível alternância de poder na presidência.

González celebrou a presença maciça de eleitores e disse que o momento é de “trocar o ódio pelo amor”, a “pobreza pelo progresso”, a “corrupção pela honestidade”, e as “despedidas pelo reencontro”. O candidato da oposição agradeceu ao trabalho dos mesários no local de votação.

Sobre a transparência e a confiabilidade do pleito, González pediu para que todos os eleitores verifiquem as informações que recebem, em razão de os “profissionais do boato” estarem “muito ativos querendo confundir o povo”.

“Hoje, mais do que nunca, os venezuelanos estão demonstrando que somos um só povo. O que vemos são filas de alegria e esperança. Hoje começa um dia de reconciliação para todos os venezuelanos,” disse González, cercado por jornalistas, logo após votar. “O espírito democrático dos venezuelanos está mais vivo do que nunca, é hora de mudança,” acrescentou o ex-diplomata.

Migração

O rival de Maduro comentou também a crise migratória que atinge a Venezuela. "Não queremos mais venezuelanos deixando o país, e para aqueles que já saíram, digo que faremos tudo o possível para que eles voltem e os receberemos de braços abertos", declarou. "A todos os venezuelanos ao redor do mundo, sua força e compromisso nos encorajam. Somos um povo em busca de liberdade", complementou González.

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Segundo dados do governo federal, só no Brasil estão mais de 125 mil venezuelanos, entre imigrantes e refugiados. São pessoas que vivem, atualmente, em mais e mil municípios brasileiros, principalmente Curitiba (PR) e Manaus (AM).

"Nenhum incidente"

O Ministro da Defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino López, declarou que "nenhum incidente digno de menção ocorreu" até momento nas eleições para a presidência do país. O oficial pediu aos venezuelanos que não compartilhem comentários sobre supostos atos de violência próximo aos centros de votação. E afirmou que "o que aparece nas redes sociais nem sempre é verdade".

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Na Venezuela, o Exército é responsável pela logística e pela segurança das eleições. A corporação é tida como uma das principais forças apoiadoras do presidente Nicolás Maduro. Oficiais de alto escalão, incluindo o López, já expressaram publicamente apoio e lealdade ao presidente.

Disputa

A escolha de González como candidato da coligação Plataforma Unitária Democrática (PUD) ocorreu depois que as opositoras María Corina Machado e Corina Yoris foram retiradas da disputa em circunstâncias duvidosas. A ex-deputada Corina Machado era a favorita, mas tornou-se ilegível pelos próximos 15 anos, em decorrência de uma decisão tomada em janeiro de 2024 pela Suprema Corte do país.

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Corina Yoris denunciou, em março, ter sido impedida de registrar os dados da candidatura no sistema oficial eleitoral. Segundo ela, no momento do registro, o cadastro constava como fechado, o que impossibilitava a inserção das informações. Yoris chegou a tentar registrar a candidatura presencialmente, levando em mãos os documentos necessários a uma repartição eleitoral, mas as autoridades venezuelanas não permitiram o registro dessa forma.

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