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Paraguai convoca embaixador brasileiro e cobra explicações sobre suposto caso de espionagem

Governo paraguaio quer detalhes das medidas que o Brasil vai tomar sobre suposto monitoramento da Abin; Brasil nega espionagem e PF abre inquérito

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O governo do Paraguai anunciou, nesta terça-feira (1º), a convocação do embaixador brasileiro, José Antônio Marcondes, para prestar esclarecimentos sobre o suposto monitoramento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aos sistemas e autoridades paraguaias.

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Durante coletiva de imprensa, o chanceler paraguaio Rubén Ramírez disse que o Brasil precisa dar explicações detalhadas sobre o possível monitoramento ilegal. Além disso, ele pediu uma nota sobre quais ações o governo brasileiro tomará.

A convocação do governo paraguaio acontece após reportagem do UOL revelar um suposto monitoramento da Abin com ações hackers nos sistemas do governo vizinho e em autoridades envolvidas nas negociações da usina de Itaipu. Este suposto monitoramento teria acontecido entre os anos de 2022 e 2023.

Paraguai e Brasil estão negociando o Anexo C, acordo que regula a comercialização da energia gerada pela Usina de Itaipu, situada na fronteira entre os dois países.

O Paraguai afirmou que as negociações ficam suspensas até que o Brasil dê respostas sobre o assunto.

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Com a repercussão do caso, o Itamaraty afirmou em nota na segunda-feira (31) que "o governo do presidente Lula desmente categoricamente qualquer envolvimento em ação de inteligência, noticiada hoje, contra o Paraguai, país-membro do Mercosul com o qual o Brasil mantém relações históricas e uma estreita parceria".

A pasta também afirmou que o atual diretor-geral da Abin esperava, naquele momento, o processo de aprovação de seu nome no Senado Federal, e que ele só assumiu o cargo em 29 de maio de 2023.

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"O governo do presidente Lula reitera seu compromisso com o respeito e o diálogo transparente como elementos fundamentais nas relações diplomáticas com o Paraguai e com todos seus parceiros na região e no mundo", acrescentou o ministério em declaração.

A Polícia Federal instaurou inquérito "para apurar eventual vazamento de informações da investigação que apura estrutura paralela existente na Abin, que teria utilizado ferramentas e serviços da agência para a prática de ações ilícitas."

Em nota, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal diz que acompanha com atenção as manifestações do governo do Paraguai.

A Comissão reforça o compromisso do fortalecimento entre os países. “Não podemos permitir que atos irresponsáveis coloquem em risco as conquistas da integração regional”.

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