OEA aprova resolução e exige que atas eleitorais venezuelanas sejam divulgadas
Resolução também determina que a Venezuela respeite o princípio da soberania popular e permita a verificação imparcial dos resultados
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta sexta-feira (16) uma resolução na qual exige que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuelana divulgue as atas eleitorais e comprove o resultado da eleição do país que aconteceu no final de julho de 2024. +Entenda mudança de discurso do governo brasileiro sobre Maduro e eleição na Venezuela A resolução determina que a Venezuela respeite o princípio da soberania popular, possibilitando a verificação imparcial dos resultados das eleições para garantir transparência e legitimidade ao pleito. Apesar da aprovação, o texto não deve ter efeito prático, uma vez que a Venezuela deixou a OEA em 2019. Em janeiro daquele ano, o Conselho Permanente do órgão não reconheceu o regime de Nicolás Maduro.
O órgão eleitoral é aliado ao Nicolás Maduro e o declarou vencedor. Porém, não divulgou as atas, documentos que atestariam o resultado e demonstrariam a lisura do processo. A vitória de Maduro é contestada por parte da comunidade internacional.
Edmundo Gonzáles foi o candidato vencedor, segundo María Corina Machado, líder da oposição. Ela mostrou dados que, segundo ela, correspondiam ao verdadeiro resultado da eleição.
Após o resultado ter sido divulgado, o país foi tomado por manifestações. Operações militares repressivas prenderam centenas de pessoas. Mortos e feridos também foram identificados.
+Líder da oposição na Venezuela rechaça ideia de uma nova eleição: "falta de respeito" A OEA é um órgão com histórico de diversos conflitos com a Venezuela. Para alguns dos países-membros, a instituição não é um interlocutor positivo quando se trata de Caracas por ter adotado posições consideradas parciais sobre o país.
"O propósito essencial da Organização dos Estados Americanos é promover e consolidar a democracia representativa com o devido respeito ao princípio da não intervenção", diz um trecho do documento divulgação pela organização. A resolução votada nesta sexta-feira foi apresentada pelos Estados Unidos, com o apoio de Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, República Dominicana, Suriname e Uruguai.