Número de mortos em terremoto no Afeganistão passa de 800
Tremores atingiram o leste do país e provocaram deslizamentos de terra; óbitos devem aumentar conforme os resgates

Camila Stucaluc
Pelo menos 800 pessoas morreram e 2,5 mil ficaram feridas em decorrência do terremoto de magnitude 6 que atingiu o leste do Afeganistão na noite de domingo (31). Segundo o Ministério do Interior, o local mais afetado pelo tremor foi a província de Kunar, onde a maioria dos óbitos foi registrada.
Os números ainda devem aumentar, uma vez que algumas das áreas atingidas pelo terremoto são de difícil acesso. Sharafat Zaman, porta-voz do Ministério da Saúde, afirmou que várias aldeias foram completamente destruídas pelo abalo e que centenas de pessoas permanecem sob escombros de casas e prédios.
“As operações de resgate ainda estão em andamento, várias aldeias foram completamente destruídas e os números de mortos e feridos estão mudando. Equipes médicas de Kunar, Nangarhar e da capital Cabul chegaram à área. Que Deus tenha misericórdia de nós”, disse Zaman, em comunicado.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o epicentro do terremoto foi a 27 km de Jalalabad, a quinta maior cidade do país, na província de Nangarhar. Após o tremor, outros abalos secundários foram registrados, sobretudo na província de Kunar.

Pelas redes sociais, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, disse que o regime enviou todos os esforços para resgatar os afetados. Ele ressaltou, no entanto, que os recursos do governo são limitados e pediu ajuda a organizações humanitárias para o resgate de civis, sobretudo em áreas montanhosas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, respondeu ao apelo, dizendo que está mobilizando todos os voluntários que trabalham na região. “Estou totalmente solidário com o povo do Afeganistão. Não pouparemos esforços para ajudar os necessitados nas áreas afetadas”, disse.
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O Afeganistão é propenso a terremotos, especialmente na cordilheira Hindu Kush, onde as placas tectônicas da Índia e da Eurásia se encontram. No ano passado, uma série de tremores matou mais de 1.000 pessoas no oeste do país, deixando cidades em escombros. O novo abalo, segundo o USGS, pode deixar um grande número de vítimas.