Operação de Israel na Cisjordânia deixa 10 mortos
Tel Aviv intensificou operações no território palestino após o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza
SBT News
Desde o cessar-fogo na Faixa de Gaza, Israel lançou uma grande operação militar na Cisjordânia Ocupada que já deixou dez palestinos mortos. Ao mesmo tempo, colonos judeus suspeitos atacaram duas cidades palestinas, causando destruição e deixando 40 feridos.
A violência ocorre enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta pressão doméstica de seus aliados de extrema-direita após concordar com a trégua e a troca de reféns e prisioneiros com o grupo militante Hamas após 15 meses de guerra na Faixa de Gaza.
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O cessar-fogo, restrito a Gaza, não se aplica à Cisjordânia, onde as forças israelenses mantêm ataques quase diários ao campo de refugiados de Jenin, frequentemente desencadeando tiroteios. Em paralelo, o recém-empossado presidente dos EUA, Donald Trump, revogou sanções da administração anterior contra israelenses acusados de violência no território e afirmou que o território da Cisjordânia é um "direito bíblico" de Israel.
De acordo com o exército israelense, a operação em Jenin incluiu ataques aéreos e de bombas improvisadas, além de atingir supostos militantes. O ministro da Defesa, Israel Katz, classificou a ação como parte de uma estratégia contra o Irã e seus aliados, afirmando: "Vamos atacar os braços do povo até que se rompam."
Para os palestinos, essas operações e a contínua expansão de assentamentos refletem esforços para consolidar o controle israelense sobre a Cisjordânia, onde 3 milhões de palestinos vivem sob administração militar israelense, enquanto a Autoridade Palestina gerencia áreas limitadas.
Organizações de direitos humanos denunciam essa situação como uma forma de apartheid, uma vez que mais de 500 mil colonos judeus na região possuem direitos plenos de cidadania israelense, enquanto palestinos enfrentam uma série de restrições no território.
* Com informações da Associated Press