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Na OMC, Brasil critica tarifas de Trump: "arbitrárias e implementadas de maneira caótica"

Embaixador defendeu que Organização Mundial do Comércio retome seu papel para a resolução de disputas comerciais entre países

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O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Gough, criticou os Estados Unidos pelo uso de tarifas como ferramenta para interferir em assuntos internos de países. O embaixador classificou as tarifas como "arbitrárias". A manifestação foi feita durante reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, na Suíça.

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Sem citar diretamente o presidente norte-americano, Donald Trump, o embaixador afirmou que a prática de impor tarifas com motivação política representa uma tendência perigosa e que compromete o funcionamento do sistema multilateral de comércio. O governo defendeu que a OMC retome seu papel como espaço legítimo para a resolução de disputas comerciais, por meio do diálogo e da negociação.

“Tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas de maneira caótica, estão desestruturando as cadeias globais de valor e colocando em risco a economia mundial, ameaçando jogá-la em uma espiral de altos preços e estagnação. Tais medidas unilaterais representam uma violação flagrante dos princípios centrais que sustentam a OMC e que são essenciais para o funcionamento do comércio internacional", afirmou Philip Gough.

O Brasil também alertou que o mundo vive um ataque sem precedentes à credibilidade da OMC, com medidas unilaterais e tarifas arbitrárias desestruturando cadeias globais de valor e colocando a economia mundial em risco.

Segundo o colunista Jamil Chade, do portal UOL, a posição brasileira recebeu o apoio de cerca de 40 países, incluindo Canadá, União Europeia, Rússia, China e Índia, membros do bloco econômico Brics.

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Tarifaço de Trump

As novas tarifas de importação dos Estados Unidos entram em vigor no próximo dia 1º de agosto. O presidente Trump tem enviado cartas a diversos parceiros comerciais, alertando sobre possíveis retaliações caso haja respostas semelhantes às medidas adotadas por Washington.

O Brasil foi o país mais afetado, com a imposição de uma tarifa de 50% sobre seus produtos. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump justificou a medida como necessária para “corrigir as graves injustiças do sistema comercial atual”.

A relação entre Brasília e Washington tem se deteriorado nos últimos meses, especialmente após declarações de Trump em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no processo sobre tentativa de golpe, o que tem ampliado o desgaste diplomático entre os dois governos.

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