Musk acusa Trump de ligação com Epstein após ameaça de corte de contratos do governo com a SpaceX
Bilionário afirmou que o presidente está citado nos arquivos do caso Jeffrey Epstein, que envolve tráfico sexual de menores
Vicklin Moraes
O bilionário e dono da Tesla, Elon Musk, afirmou nesta quinta-feira (5) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está nos arquivos do investidor Jeffrey Epstein, acusado de comandar um esquema internacional de tráfico sexual de menores envolvendo figuras políticas e influentes.
A relação entre Musk e Trump vem se deteriorando nos últimos dias, após o empresário anunciar sua saída do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).
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A acusação de Musk ocorreu após Trump declarar, em sua rede social Truth Social, que encerraria contratos e subsídios governamentais com empresas do bilionário como a SpaceX. O presidente ainda alegou que o empresário sul-africano estava "se esgotando" e que ele mesmo havia solicitado a saída de Musk do governo, chamando o bilionário de "louco".
Em outra publicação, Trump afirmou que a forma mais eficaz de economizar bilhões no orçamento federal seria cortar os benefícios concedidos a Musk. Disse ainda que não se importaria com a oposição do empresário, mas que ele "deveria ter feito isso meses atrás".
As declarações foram mal recebidas por Musk, que reagiu em sua plataforma X (antigo Twitter). Em resposta direta à ameaça de rompimento de contratos com a SpaceX, Musk declarou que começará imediatamente a desativar a espaçonave Dragon, a primeira de uma empresa privada a realizar missões comerciais com o governo norte-americano.
Em outra publicação, Musk fez a acusação mais grave: relacionou Trump ao escândalo de Epstein.
“Hora de soltar a bomba realmente grande: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!”, escreveu.
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A troca de farpas contrasta com a postura adotada na semana passada, quando Musk e Trump chegaram a posar juntos para fotos e entrevistas após o empresário anunciar sua saída do DOGE. Na ocasião, Trump agradeceu o bilionário com uma chave de ouro e afirmou acreditar no seu retorno ao governo.
Musk foi um dos principais apoiadores da campanha de Trump rumo à Casa Branca. Em 2024, ele chegou a anunciar que distribuiria US$ 1 milhão por dia a eleitores registrados do republicano na Pensilvânia, estado pêndulo, considerado decisivo nas eleições presidenciais dos EUA.
Durante uma reunião também nesta quinta-feira (5), Trump disse estar decepcionado com Musk. O empresário rebateu ao vivo na rede X: "Sem mim, Trump teria perdido a eleição. Os democratas controlariam a Câmara e os republicanos teriam 51 a 49 no Senado", publicou.
Caso Epstein
Jeffrey Epstein foi um financista bilionário condenado por crimes sexuais. Em 2008, admitiu ter solicitado prostituição de uma menor. Em julho de 2019, foi novamente preso por tráfico sexual de menores, mas foi encontrado morto em sua cela um mês depois, com indícios de suicídio.
Em 2024, documentos judiciais com mais de 900 páginas revelaram nomes de quase 200 pessoas associadas a Epstein, incluindo o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, Donald Trump, além do príncipe Andrew, irmão do rei Charles III, do Reino Unido.
