Bill Clinton é citado em documentos ligados ao traficante sexual Jeffrey Epstein
Ex-presidente dos EUA teria dito ao bilionário que gostava de meninas jovens; lista também menciona o príncipe Andrew, do Reino Unido
Camila Stucaluc
Mais de 900 páginas de documentos judiciais relacionados ao traficante sexual Jeffrey Epstein foram tornadas públicas na 4ª feira (3.jan). A lista inclui nomes de quase 200 pessoas ligadas ao criminoso, incluindo Bill Clinton e Donald Trump, ex-presidentes dos Estados Unidos, e o príncipe Andrew, irmão do Rei Charles III do Reino Unido.
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Epstein foi um criminoso sexual e magnata financista norte-americano. Ele foi preso pela primeira vez em 2008, quando admitiu ter solicitado a prostituição de uma menor de idade. Em julho de 2019, o bilionário foi preso novamente sob acusações de abuso e tráfico sexual de menores. Em agosto, ele foi encontrado morto na cadeira com indícios de suicídio.
Os documentos divulgados fazem parte de um processo movido por uma rede de vítimas de Epstein. A abertura dos arquivos foi determinada em dezembro pela juíza Loretta Preska, de Nova York, que espera que os dados sirvam como base para contextualizar a relação do bilionário com parceiros de negócios, amigos, conhecidos e figuras públicas.
Dentre os documentos há um depoimento de 2016, feito por Johanna Sjoberg, uma das vítimas de Epstein -- com quem trabalhou de 2001 a 2006. Sjoberg lembrou que o bilionário conversou com ela sobre Bill Clinton. "Ele disse uma vez que Clinton gosta delas jovens, referindo-se às meninas", disse Sjoberg. Segundo ela, Epstein tinha "negócios" com o ex-presidente.
No depoimento, Sjoberg também cita Trump, dizendo que Epstein sugeriu que ambos visitassem o cassino do republicano depois de uma parada em Nova Jersey. Na transcrição, no entanto, não há menções de atitudes inapropriadas do ex-presidente.
Já em relação ao príncipe Andrew, Sjoberg disse que o monarca "colocou a mão" em seu seio quando foram apresentados. Andrew já havia sido alvo de um processo de abuso sexual em 2022, movido por Virginia Roberts Giuffre, também vítima de Epstein. Na época, o britânico negou as acusações e conseguiu um acordo extrajudicial no processo.
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Este é o primeiro conjunto de documentos a ser divulgado como parte da ordem judicial de Preska. A maioria dos arquivos envolve depoimentos de mulheres que acusam Epstein de crimes sexuais. A expectativa é que novos documentos sobre os casos sejam revelados futuramente, uma vez que há a suspeita de que a rede de tráfico sexual do bilionário tenha continuado mesmo após sua prisão.