Ministério Público da Venezuela pede prisão de Edmundo González, opositor de Maduro
Segundo órgão, ex-candidato foi intimado por causa da publicação de atas das urnas eleitorais em site
O Ministério Público da Venezuela solicitou um mandado de prisão à Justiça contra Edmundo González, principal opositor de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais do país, por causa da publicação de atas impressas das urnas eleitorais no site “Resultados com VZLA”. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (2).
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Segundo o órgão aliado do presidente, o ex-candidato é investigado por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais e incitação de atividades ilegais.
O MP justificou o pedido alegando que González ignorou três intimações para prestar depoimento sobre as acusações e que ele já havia sido advertido sobre a possibilidade de um mandado de prisão caso não comparecesse.
González faltou às convocações do MP, assim como o fez quando o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) convocou todos os candidatos que participaram da eleição para assinarem um documento de aceite do resultado das eleições do dia 28 de julho sem que houvesse a apresentação das atas eleitorais.
Nicolás Maduro ameaça González e Corina Machado — líder da oposição e à frente campanha de González — de prisão desde a eleição.
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Pressão
No último dia 25, González disse em uma rede social que estava sendo "pré-acusado de crimes que não foram cometidos". Ele também afirmou que não estava claro sob quais condições o depoimento iria acontecer — já que o MP fala apenas em "prestar uma entrevista em relação aos fatos que investiga este órgão" —, por isso não teria comparecido. Os crimes que o órgão acusa o candidato podem resultar em 30 anos de prisão.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), González foi derrotado por Maduro, ficando em segundo lugar nas eleições, mas a oposição afirma que ele venceu por ampla vantagem com base nas atas eleitorais.
A comunidade internacional vem denunciando repressão contra opositores na Venezuela, além de afirmar que houve falta de transparência nas eleições presidenciais.