Milei aumenta próprio salário e recua de medida após críticas
Presidente argentino revogou decreto e culpou governo Kirchner por reajuste de quase 50%

Lis Cappi
O presidente argentino, Javier Milei, revogou um aumento no próprio salário após críticas ao reajuste de quase 50% para políticos no país. Ele disse desconhecer a adequação salarial, e culpou a ex-presidente Cristina Kirchner pelo aumento. Ela nega e atribui a declaração a um movimento político.
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No começo do ano, o argentino definiu um reajuste no salário mínimo do país. Inicialmente, o texto dizia que a medida não valia para o governo. Mas o decreto passou por mudança e um novo texto publicado mais de um mês depois deu um aumento geral, contemplando também ministros, secretários e o salário do próprio Milei.
O presidente eleito afirma que a adequação se deu de forma automática, por conta de uma definição aprovada em 2010, época do governo Kirchner. Ele alega que o texto antigo vinculava aumentos do Executivo aos reajustes para servidores públicos.
A ex-presidente rebateu a acusação e afirmou que o decreto não interferiu no processo. Cristina Kirchner também disse que o próprio Milei fez a mudança para o aumento salarial. "Em fevereiro foram incluídos você e seus funcionários. O decreto que assinei há 14 anos não tem nada a ver com isso", afirmou.
Em meio às críticas, Milei cancelou o decreto, suspendendo o aumento de salário dele, de ministros e secretários. E ameaçou diminuir o salário de aposentadoria concedido a Cristina Kirchner, pela atuação no governo argentino.