Manifestação contra proibição de redes sociais deixa 19 mortos no Nepal
A polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra grupo que tentou invadir o Parlamento; eles se autointitularam de "manifestantes da Geração Z"

SBT News
com informações da Reuters
Confrontos durante manifestações contra a proibição de redes sociais e a corrupção deixaram 19 mortos no Nepal, neste segunda-feira (8), disseram autoridades locais.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra um grupo que tentava invadir o Parlamento do país. Eles também incendiaram uma ambulância e atiraram objetos contra a polícia de choque.
Ekram Giri, porta-voz do Parlamento, afirmou que alguns manifestantes entraram nas instalações, mas não no prédio principal, e foram expulsos pela polícia.
"A polícia está atirando indiscriminadamente", disse um manifestante à agência de notícias ANI. "(Eles) dispararam balas que não me acertaram, mas atingiram um amigo que estava atrás de mim. Ele foi atingido na mão." + Rússia diz que sanções nunca forçarão país a mudar de rumo
Mais de 100 pessoas, incluindo 28 policiais, foram levados para receber tratamento médico, segundo o policial Shekhar Khanal à Reuters. Manifestantes transportavam os feridos para o hospital em motos.
Outras duas pessoas morreram quando os protestos na cidade de Itahari, no leste do país, se tornaram violentos, informou a polícia.
O primeiro-ministro K.P. Sharma Oli convocou uma reunião ministerial de emergência para discutir a manifestação, que eclodiu depois que milhares de jovens, muitos deles vestindo uniformes escolares ou universitários, foram às ruas na manhã desta segunda-feira (8).
Os organizadores dos protestos, que se espalharam por outras cidades do país no Himalaia, se autointitularam de "manifestantes da Geração Z". Eles dizem que os protestos refletem a frustração generalizada dos jovens com o governo e a raiva em relação às suas políticas.
"Este é o protesto da nova geração no Nepal", disse outro manifestante à ANI. + Tiroteio deixa ao menos 5 mortos e 15 feridos em Jerusalém
Na semana passada, o governo nepalês decidiu bloquear o acesso a várias plataformas de mídia social, incluindo o Facebook, o que provocou a ira entre os jovens. Cerca de 90% dos 30 milhões de habitantes do país usam a internet.
As autoridades argumentaram que a proibição foi feita porque as plataformas não se regulamentaram sobre o uso indevido, incluindo contas falsas usadas para espalhar discursos de ódio e fake news, e cometimento de fraudes.
A polícia recebeu ordens para usar canhões de água, cassetetes e balas de borracha para controlar a multidão e o Exército foi enviado para a área dos protestos para reforçar os agentes da lei, disse Muktiram Rijal, porta-voz do escritório distrital de Katmandu, à Reuters.
Ele disse que o toque de recolher, que permanecerá em vigor até as 22h, horário local, foi estendido à área de Singha Durbar, em Katmandu, que inclui o gabinete do primeiro-ministro e outros prédios do governo.