PF mira esquema de opções binárias e apostas ilegais que desviou mais de R$ 50 milhões
Agentes cumprem mandados de busca e apreensão em cinco estados; empresários e influenciadores digitais estão envolvidos


Emanuelle Menezes
A Polícia Federal realiza, na manhã desta terça-feira (16), uma operação contra uma organização criminosa que desviou mais de R$ 50 milhões de forma ilegal por meio da gestão de plataformas de opções binárias e casas de apostas irregulares.
Agentes que participam da ação, nomeada de Opções Binárias, cumprem 11 mandados de busca e apreensão em cidades de cinco estados: São Fidélis (RJ), Rio de Janeiro (Barra da Tijuca e Recreio), Goiânia, Manaus, Campos dos Goytacazes (RJ), Santana de Parnaíba (SP) e Barra do Bugres (MT).
O esquema envolvia empresários, influenciadores digitais e contatos internacionais, especialmente com chineses, e se dividia em três frentes:
1. Os chineses forneciam serviços para manipulação das plataformas, que eram revendidos para os investigados, oferecendo promessas de lucros exorbitantes;
2. Influenciadores digitais eram contratados para promover as plataformas de apostas, lucrando com as perdas dos apostadores;
3. Uma parte dos investigados criou uma plataforma própria de opções binárias, que bloqueava contas e saques quando os usuários obtinham sucesso nas negociações.
🔎 As plataformas de opções binárias, onde os usuários apostam na alta ou baixa de ativos como moedas ou criptomoedas, são de alto risco e não são regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, o que deixa os investidores desprotegidos.
Além dos mandados de busca, a PF também cumpriu medidas cautelares, como proibição de atividades econômicas, monitoramento eletrônico e sequestro de veículos e valores. Entre os investigados, está um empresário que sozinho recebeu mais de R$ 28,3 milhões em dois anos, sem comprovação de origem lícita dos recursos.
As investigações apontaram ainda que o grupo estava envolvido com casas de apostas online não regulamentadas. Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.









