Líder supremo do Irã faz 1º pronunciamento após ataque dos EUA e promete punição a Israel
Aiatolá Ali Khamenei afirmou que Tel Aviv cometeu 'grande erro' ao se aliar com o país no conflito
Camila Stucaluc
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, se pronunciou pela primeira vez sobre os ataques norte-americanos contra instalações nucleares no país. Em publicação nas redes sociais no domingo (22), o político afirmou que Israel cometeu um “grande erro” ao se aliar com os Estados Unidos no conflito e prometeu punição.
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"O inimigo sionista cometeu um grande erro, um grande crime; deve ser punido e está sendo punido; está sendo punido agora mesmo", escreveu Khamenei. A publicação foi acompanhada de uma imagem de um crânio em chamas com a estrela de Davi — símbolo judaico —, com mísseis atingindo edifícios.
A declaração de Khamenei acontece em meio ao aumento da ofensiva israelense contra o Irã. Apenas no domingo, cerca de 20 caças atacaram alvos militares no país, usando mais de 30 munições. Entre os alvos estavam infraestruturas de armazenamento e lançamento de mísseis, satélites e radares militares.
Mais cedo, o embaixador do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), Amir-Saeid Iravani, havia dito que as forças armadas iranianas estavam decidindo a resposta do país aos ataques norte-americanos. O diplomata criticou Israel, dizendo que Tel Aviv “conseguiu sequestrar a política externa dos Estados Unidos, arrastando o país para mais uma guerra custosa e sem fundamento.”
O aumento das hostilidades preocupa a comunidade internacional, que teme uma escalada nuclear. Durante reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito, o secretário-geral da organização, António Guterres, alertou para o risco do cenário e fez um apelo à diplomacia.
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"O bombardeio de instalações nucleares iranianas pelos Estados Unidos marca uma virada perigosa em uma região que já está a beira do abismo. O povo não pode suportar outro ciclo de destruição. E, no entanto, agora corremos o risco de entrar num ciclo de retaliação após retaliação. Para evitá-lo, a diplomacia deve prevalecer. Não podemos – e não devemos – desistir da paz”, disse Guterres.