Juiz nega pedido de Trump para anulação do julgamento após depoimento de Stormy Daniels
Advogados alegaram que declarações da atriz violaram regras e prejudicaram a imagem do republicano
Camila Stucaluc
O Tribunal de Nova York negou, na terça-feira (7), o pedido de anulação do julgamento de Donald Trump envolvendo o suposto suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels. A solicitação foi feita pela defesa do ex-presidente após a artista, e figura central do julgamento, prestar depoimento na Corte, sendo a 13ª testemunha da promotoria no caso.
No depoimento, Stormy confirmou ter tido encontros sexuais com Trump em 2006. Ela também revelou que o republicano e o advogado Michael Cohen pagaram US$ 130 para que ela não revelasse o caso durante a campanha eleitoral de 2016.
Como forneceu detalhes sobre os encontros, a defesa de Trump alegou que a atriz “violou as regras estabelecidas para testemunhas”. Os advogados também defenderam que as declarações foram prejudiciais ao republicano, que irá concorrer às eleições presidenciais deste ano. “Este é o tipo de testemunho que é impossível voltar atrás”, disseram.
Ao avaliar o pedido de anulação do julgamento, o juiz Juan Merchan concordou que Stormy forneceu detalhes excessivos em alguns casos e que a atriz foi “um pouco difícil de controlar”. Ele afirmou, no entanto, que a defesa de Trump deveria ter levantado mais objeções durante o depoimento da testemunha e, por isso, rejeitou o pedido.
Entenda o caso
Trump enfrenta 34 acusações de falsificação de registros empresariais – realizadas para cobrir o suborno à atriz pornô Stormy Daniels. O pagamento de US$ 130 mil foi feito em 2016, em meio a campanha presidencial, pelo então advogado do empresário, Michael Cohen, para que a atriz não revelasse a relação extraconjugal que teve com Trump.
A promotoria afirma que Trump fez o pagamento como se fosse uma despesa ao advogado, o que significa que o ex-presidente escondeu o valor dos registros fiscais. Como o suborno foi feito para impedir que a relação com a atriz atrapalhasse a reta final das eleições, os promotores também defendem que Trump escondeu um gasto de campanha.
Essa é a primeira vez que um ex-presidente dos Estados Unidos é julgado por um caso criminal. Em 2023, Trump declarou-se inocente das acusações, alegando que vem sendo vítima de uma "caça às bruxas" dos democratas para impedi-lo de voltar à Casa Branca. Ele está previsto para disputar as eleições deste ano, marcadas para 5 de novembro
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Para que Trump seja condenado é preciso um veredicto unânime dos 12 jurados, que decidirão se o republicano é culpado ou não das 34 acusações – que podem resultar em até quatro anos de prisão. A previsão é que o julgamento, que acontece em Manhattan, em Nova York, dure entre seis e oito semana