Israel vai liberar entrada de mercadorias em Gaza por meio de comerciantes locais
Segundo Israel, medida busca ampliar ajuda humanitária sem depender exclusivamente da ONU; alimentos e produtos de higiene serão monitorados
Vicklin Moraes
Israel anunciou nesta terça-feira (5) que permitirá, de forma gradual e controlada, a entrada de mercadorias na Faixa de Gaza por meio de comerciantes locais. A medida foi comunicada pela Cogat, agência militar israelense responsável por coordenar a ajuda humanitária aos palestinos.
“O objetivo é aumentar o volume de ajuda que entra na Faixa de Gaza, reduzindo, ao mesmo tempo, a dependência da coleta de ajuda pela ONU e por organizações internacionais”, informou a agência em nota oficial.
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Segundo o novo protocolo, comerciantes palestinos poderão entrar com alimentos básicos, itens para bebês, frutas, vegetais e produtos de higiene. Os pagamentos deverão ser feitos exclusivamente via transferência bancária, sob um mecanismo de monitoramento e supervisão imposto por Israel.
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Fome se agrava em Gaza
A iniciativa ocorre em meio ao agravamento da crise humanitária no território. No domingo (3), ao menos seis pessoas morreram por fome e desnutrição em Gaza em apenas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde local. O total de mortos por causas associadas à escassez de alimentos desde o início da guerra já chega a 175, incluindo 93 crianças, conforme dados de agências internacionais.
Organizações humanitárias alertam que o risco de fome generalizada cresce a cada dia, com restrições severas à entrada de insumos básicos e bombardeios que atingem infraestrutura civil.