Israel divulga vídeo de líder do Hamas momentos antes de ser morto
Yahya Sinwar foi avistado em um edifício destruído na cidade de Rafah, no sul de Gaza
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) divulgaram, na noite de quinta-feira (17), um vídeo de Yahya Sinwar, chefe do Hamas, momentos antes de ser morto. Ele, que foi o mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023, era um dos principais alvos do governo israelense e vinha sendo procurado desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
+ Israel mata principal líder do Hamas, Yahya Sinwar, em Gaza
No vídeo, um drone do exército israelense entra em um edifício destruído na cidade de Rafah, no sul de Gaza. Sinwar aparece sentado em uma poltrona, segurando uma tábua de madeira. Após encarar o drone, ele joga a tábua em direção ao aparelho.
Segundo o porta-voz internacional da FDI, Nadav Shoshani, os soldados estavam patrulhando a área quando avistaram três integrantes do Hamas fugindo de uma casa para outra. Ao iniciar o confronto, o trio se separou para despistar os militares. Sinwar correu sozinho para um dos prédios, onde acabou sendo identificado pelo drone.
“Sinwar foi assassinado depois de um ano escondido no coração da população civil de Gaza e escondido no subsolo nos túneis do Hamas. Dezenas de operações realizadas no ano passado, e nas últimas semanas na área onde ele foi assassinado, reduziram a área de atividade de Yahya Sinjan, que era perseguido pelas forças”, disse Shoshani.
Quem era Yahya Sinwar?
Yahya Sinwar era o mais alto dirigente do Hamas na Faixa de Gaza. Ele se tornou o líder do grupo extremista após a morte de Ismail Haniyeh, que foi assassinado em um ataque aéreo em Teerã, no Irã, em julho deste ano – um ato amplamente atribuído a Israel.
Sinwar, um dos primeiros membros do Hamas, formado em 1987, foi um dos mais de 1.000 prisioneiros palestinos libertados em 2011 por Israel em troca de um soldado israelense capturado durante um ataque transfronteiriço. Ele foi fundamental na arquitetura do ataque de 7 de outubro em Israel, que provocou 1,2 mil mortes e 250 reféns.
Futuro do Hamas sem Sinwar
A morte de Sinwar levanta questões sobre a próxima liderança do Hamas. Não está claro quem poderá sucedê-lo e quais serão as implicações para os esforços de cessar-fogo. Esses esforços já haviam fracassado em agosto após meses de negociações mediadas por representantes dos Estados Unidos, Egito e Qatar.
O legado de Sinwar, marcado por uma abordagem combativa, deixa um vazio significativo na liderança do grupo, enquanto o Hamas enfrenta um cenário incerto diante de uma possível mudança de comando.
EUA pressionam Israel por cessar-fogo
A morte de Sinwar foi comemorada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que disse que “foi um bom dia para o mundo”. O líder, no entanto, voltou a pressionar Israel por um cessar-fogo, afirmando que agora seria o momento oportuno para negociar a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas e encerrar as hostilidades em Gaza.
"Agora é a hora de seguir em frente. Avance em direção a um cessar-fogo em Gaza, certifique-se de que nos movemos em uma direção que possamos melhorar as coisas para o mundo inteiro", disse Biden. "É hora de esta guerra acabar e trazer esses reféns para casa. É isso que estamos prontos para fazer”, acrescentou.
+ Ataques israelenses matam oito pessoas da mesma família em Gaza
O mesmo foi dito pelo porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller. Segundo ele, as negociações de trégua não estavam avançando devido à rejeição de Sinwar. "Agora vemos uma oportunidade com ele tendo sido removido do campo de batalha, sendo removido da liderança do Hamas, e queremos aproveitar essa oportunidade."