Irã e EUA se reúnem neste sábado para discutir acordo nuclear

Enviados do Irã e dos Estados Unidos chegaram neste sábado (12) a Omã para a primeira rodada de negociações sobre o programa nuclear de Teerã desde que o presidente Donald Trump voltou à Casa Branca.

Apesar de não se esperar um acordo abrangente de imediato, as negociações carregam grande peso para os dois países, que acumulam quase meio século de inimizade. Trump ameaçou, mais de uma vez, lançar ataques aéreos contra o programa nuclear iraniano caso não haja um entendimento. Já autoridades iranianas têm sinalizado a possibilidade de buscar desenvolver uma arma nuclear, dado o nível de urânio já enriquecido pelo país.

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Dados de rastreamento de voo analisados pela Associated Press mostraram que um jato particular vindo do Aeroporto Pulkovo, em São Petersburgo, na Rússia, chegou a Omã na manhã de sábado. Steve Witkoff, enviado dos EUA para o Oriente Médio, havia se reunido com o presidente russo, Vladimir Putin, na sexta-feira (11).

Paralelamente, o Ministério das Relações Exteriores do Irã divulgou imagens do principal diplomata iraniano, Abbas Araghchi, reunido com o chanceler de Omã, Badr al-Busaidi. Segundo a agência estatal IRNA, Araghchi apresentou a “posição e os pontos-chave do Irã para as negociações, a serem transmitidos ao lado americano”. A expectativa é de que o encontro com representantes dos EUA ocorra ainda no sábado.

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“Se houver vontade suficiente de ambos os lados, decidiremos sobre um cronograma. Mas ainda é cedo para falar sobre isso”, afirmou Araghchi em um áudio divulgado pela IRNA. “O que está claro agora é que as negociações são indiretas, e do nosso ponto de vista se limitam à questão nuclear, e serão conduzidas com a vontade necessária para alcançar um acordo equilibrado que assegure os interesses nacionais do povo iraniano.”

Por outro lado, Trump e Witkoff classificaram as conversas como “diretas”.

“Acho que nossa posição começa com o desmantelamento do seu programa. Essa é nossa posição hoje”, declarou Witkoff ao The Wall Street Journal antes da viagem. “Isso não significa, no entanto, que não vamos buscar outras formas de compromisso entre os dois países.”

Ele completou: “Onde está nossa linha vermelha: não pode haver a militarização da sua capacidade nuclear.”

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No acordo nuclear de 2015, o Irã estava limitado a manter um pequeno estoque de urânio enriquecido a 3,67%. Atualmente, o país já possui material enriquecido a até 60%, próximo ao nível necessário para armamento, o que tecnicamente permitiria a produção de várias armas nucleares. Desde a retirada dos EUA do acordo, em 2018, durante o mandato anterior de Trump, o Irã sinaliza que pretende manter o enriquecimento de urânio ao menos até 20%.

* Com informações da Associated Press